Período de campanha eleitoral. Salta aos olhos [e aos ouvidos principalmente] o número de carros de som com as mais variadas trilhas sonoras, enaltecendo e divulgando as qualidades deste e daquele candidato.
Nas letras verifica-se pouca criatividade com versões muitas vezes esdrúxulas de estilos musicais tais como o “sertanejo universitário”.
A maioria serve principalmente para divulgação dos dígitos que o eleitor deve apertar na urna eletrônica.
Porém, fica uma pergunta: Este mal gosto musical representaria uma posição politica conservadora?
Por mal gosto musical entendo que sejam as canções que estão na ultima moda, que daqui as seis meses ninguém vai estar tocando, e que nas letras além de exprimir bestialização, colocando uma sexualidade fortemente pautada pelo vulgaridade, também enaltece o sentido do “ter” valendo mais que o “ser”.
Seria a idiotização dos sujeitos? Não se pode pensar, não se pode refletir, nas letras ou na própria melodia das músicas nada traz algum contexto. A irracionalidade travestida num discurso niilistas despolitiza, imbecializa, discrimina.
Pois é justamente em cima de canções dessa natureza que tenho observado a maioria dos candidatos, geralmente de partidos ligados ao pensamento da direita liberal, elaborarem suas “versões” para a campanha eleitoral de 2012. A coincidência não é mera coincidência. Esclareço de antemão que compor belas canções necessariamente não quer dizer que o indivíduo é de esquerda, ou, de direita.
Pois é justamente em cima de canções dessa natureza que tenho observado a maioria dos candidatos, geralmente de partidos ligados ao pensamento da direita liberal, elaborarem suas “versões” para a campanha eleitoral de 2012. A coincidência não é mera coincidência. Esclareço de antemão que compor belas canções necessariamente não quer dizer que o indivíduo é de esquerda, ou, de direita.
Porém não é o “sujeito” em si, o compositor, que busco analisar e sim, o receptor, o ouvinte e a reverberação das musicas em seu cotidiano.
Impossível não lembrar do conceito formulado pelo Professor Theodor Adorno, celebre membro da Escola de Frankfurt, sobre a “Industria Cultural”.
Para Adorno “Em todos os ramos da indústria cultural existem produtos adaptados ao consumo das massas, sendo por elas que as indústrias se orientam, tendo no consumidor não um sujeito, mas um objeto. Este termo define as produções artísticas e culturais organizadas no contexto das relações capitalistas de produção, uma vez lançadas no mercado, é por estes consumidas”.
Trocando em miudos: os sujeitos não são vistos como “cidadãos” mas sim como “consumidores”, meros objetos cujo objetivo é serem saciados com doses cavalares de produção artística descartável, sem visão crítica do status quo.
Não amiguinhos, não se trata de proselitismo marxista. Basta olhar ao seu próprio redor e perceber a juventude com aversão a politica. Soma-se a isso os programas da Rede Globo por exemplo, onde não se discute politicas públicas em hipótese alguma.
Podemos colocar também outro fator: a predominância do ensino particular no Brasil - que acaba por ideologizar e tipificar uma metodologia pauta na lógica mercadológica e padronizada.
Já falei demais. Não quero vaticinar sobre o que bom, belo, bonito, melhor. Fica a dica. Não votem em candidatos “bobalhões”.
Já falei demais. Não quero vaticinar sobre o que bom, belo, bonito, melhor. Fica a dica. Não votem em candidatos “bobalhões”.
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