A CRISE DO PSDB

Quem já teve a oportunidade de ler o programa partidário original do PSDB pode perceber trechos de uma certa linguagem com orientação “socialista”: 

“A propriedade privada dos meios de produção constitui a base do sistema econômico brasileiro, devendo ser garantida na medida em que atenda ao principio da sua função social...”. 

Como símbolo, o PSDB, adotou uma ave: o tucano. A idéia talvez fosse a de aproximar sua imagem à cultura tipicamente brasileira. Porém se analisarmos a pretensão com o qual o partido se apresentou veremos lampejos tipicamente europeus em sua noção de social-democracia. 

A partir de 2007 é flagrante o caráter bifronte que os tucanos  mostraram tanto por esta sua face intelectual ligada a questão social, como pela sua face ligada a reforma do Estado e ao liberalismo desenfreado. 

A casa caiu. O fracasso do neoliberalismo provocou uma enorme queda de popularidade na visão geral do povo latino-americano. Sucessivas vitórias da oposição como a de Lula no Brasil significaram um NÂO a politicas públicas com um viés privatista. 

É claro – Lula conseguiu conquistar influência na Direita ao se comprometer em não mexer na fortuna dos mais ricos, fazendo reformas sociais sem rupturas e corroborando com o capital oligopolista mantendo assim o essencial da política econômica do governo anterior. Porém fica claro que os interesses imediatos da população estavam sendo mais bem atendidos pelo governo do ex- operário. Lembrando que a militância petista pouco tem poder sobre a sua cúpula partidária. 

Tal situação provocou uma crise enorme no PSDB e no DEM. Sem ter como responder a questões objetivas do povo e mantendo claramente o discurso que privilegia as “velhas classes médias” resta ao PSDB abandonar a cena histórica. O PSD de Kassab é só é mais um signo desta realidade. 

Somente uma gestão a esquerda de Lula e cia poderá dar conta dos novos desafios que se avizinham. O futuro é nosso.