Corrijam-me se eu estiver errado, mas “cenário musical” diz respeito à produção com características próprias da região. E aí não importa se você mistura ritmos ou canta em outro idioma aquele velho feijão com arroz de sempre. O importante é ter saúde.
Explico melhor: há muito não somos o que já fomos, ou seja, um celeiro de artistas e compositores que primam pela elaboração estética de suas obras. Mesmo incompreendidas ou não. Em Imperatriz vale a máxima mercadológica de só aplicar couver na rapaziada. Isso é algum problema? Sim, pois não há possibilidade de relação histórica com músicas sem contexto de pertencimento. As pessoas não se lembram do artista pelo seu trabalho, mas sim da canção que lembra outro artista, não raro distante da realidade cotidiana. Isso é alienante. Um tiro no pé de quem deseja conquistar espaço cultural, respeito e claro, um deserviço para as novas gerações ávidas de referenciais.
Tive um pouco de sorte e vim de uma geração ( por enquanto a ultima) a ter a oportunidade de ver grandes canções surgirem. E aí no vale tudo dos estilos temos desde “Ave de Arribação”de Xavier de May Ra Bá até “Eu não vou aceitar mais isso” da tosquíssima Noiserverm.
Imperatriz carece de uma cena musical que só será possível pela força de um movimento cultural forte. Enraizado e disposto a lutar por um lugar ao sol. O resto é esquizofrenia. Gozar com o pau dos outros, como diria Lobão.
2 comentários:
Carlin mais a musica ave de aribação e de um compositor de marabá, imperatriz fas muito tempo que não temos composição locais, nem no cenario regional e local.
Você que pensa caro anônimo. O Pilantropia, apesar de ter grande parte do seu repertório composto por cover's, tem algumas músicas próprias, como Nicole nos Anos 80 e Great Moon, sendo que ambas andam frequentando as rádios locais. Pelo que sei, eles estão preparando o lançamento de um CD de inéditas que com certeza será bem vindo. A banda da qual faço parte também está trabalhando na composição de CD. Eu já compus 5 músicas que estaremos inserindo em nossos shows em breve.
O que vale ressaltar é que não existe uma política municipal de incentivo à produção musical e cultural, o que, com certeza, caso existisse, nos possibilitaria ter mais trabalhos que devem ficar apenas nos rabiscos de algum caderno, se materializando em músicas.
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