As 100 famílias de trabalhadores rurais do MST, que ocupavam desde 26/8 a fazenda Pôr do Sol, foram despejadas violentamente no último sábado (1/8). A propriedade, localizada em Bom Jardim, pertence ao juiz Marcelo Testa Baldochi, que desde o início do ano integra a “lista suja” dos empregadores que utilizam mão-de-obra escrava.
O despejo iníciou às 10h, quando um grupo de policias militares fortemente armados chegaram atirando no acampamento, amedrotanto os trabalhadores. Com tumulto, uma criança fraturou a perna e dez trabalhadores estão desaparecidos.A coordenação do acampamento alerta para a possibilidade de os trabalhadores desaparecidos terem sido levados pelo juiz Baldochi, que participou do despejo. As familias despejadas estão agora no assentamento Terra Livre, localizado ao lado da fazenda Pôr do Sol.
A fazenda Pôr do Sol, localizada no município de Bom Jardim, recebeu a visita do grupo móvel do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em setembro de 2007 e encontrou 25 pessoas - um deles adolescente, com apenas 15 anos, que nunca freqüentara a escola - em condições análogas à escravidão. À época do flagrante, o juiz atuava como titular da 2ª Vara Criminal de Imperatriz, também no Maranhão.O flagrante de trabalho escravo na fazenda de Marcelo Baldochi gerou uma sindicância no Tribunal de Justiça (TJ-MA) e uma denúncia ajuizada em março deste ano pelo Ministério Público do Estado (MP), que acusa o juiz de submeter o ser humano a condições degradantes.
Além de escravocata Baldochi, ainda é defensor de outros empregadores de mão-de-obra escrava o que acaba lhe parecendo isto ser uma virtude.Os trabalhadores que ocupam a área são de Alto Alegre Pindaré, uma das mais pobres cidades do Estado e que possui um dos maiores índices de aliciamento de mão-de-obra escrava. A área ocupada pelo MST é grilada e possui mais de mil hectares.
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