Militante histórico e filiado há 20 anos no Partido dos Trabalhadores do Maranhão, o jornalista e professor universitário Franklin Douglas, enviou, nesta quinta-feira (24), ofício ao diretório municipal do PT São Luís solicitando sua desfiliação da legenda.
Em carta enviada ao blog, o agora ex-petista descreve que um dos motivos principais que o levaram a pedir saída do PT foi a ocupação do partido por tendências ligadas ao grupo Sarney. “O PT peemedebizou-se pelos bigodes do Sarney”, afirma.
Em um trecho da carta, onde relata sua trajetória na sigla, Franklin Douglas diz que não se arrepende de ter integrado os quadros do PT do Maranhão, do qual participou durante duas décadas, e avalia que não virá pelo PT o projeto popular de transformação do Maranhão.
“Não cuspirei no prato que comi; orgulho-me de ter vivido ao máximo a militância partidária. Mas, para os próximos 20 anos (pelos menos!) me imponho novos desafios: mudo de casa, mas permanecerei do lado esquerda da rua, contribuindo para reaglutinar a esperança que está dispersa”, diz.
Veja abaixo íntegra da carta enviada pro Franklin Douglas ao blog:
Adeus, PT!
Meus queridos, minhas queridas companheiros do PT,
Acabo de comunicar ao secretário-geral do PT do DM de São Luís, Paulinho, o meu ato de desfiliação do Partido dos Trabalhadores.
Oriento-me pelo que já tinha analisado na plenária do campo antissarney, em 05.02.2011: só nos resta três caminhos no PT – (1) sair, (2) construir a saída ou (3) ser indiretamente expulsos pela entrada dos sarneyzistas no partido.
Após nossa histórica vitória pró-Flavio Dino no Encontro Estadual de junho-2010, a intervenção da maioria do Diretório Nacional no PT-MA nos colocou diante de um único cenário: ou ganhávamos a eleição com Flávio e retomávamos o PT ou, derrotados eleitoralmente, os sarnopetistas nos tomariam o partido no qual somos maioria na base de filiados, em número de diretórios, na militância social e nas urnas (quando elegemos Dutra e Bira e eles, ao coligar com o PMDB, acabaram por prejudizar o próprio Monteiro, que teria sido o segundo federal eleito, se o PT tivesse saído sozinho).
As reuniões da Executiva Estadual do PT-MA a toque de caixa, o atropelo na instância, a mordaça na bancada estadual, a convocação de encontros regionais sem comunicação às demais forças, as filiações em massa a partir de agora para ganhar as prévias para 2012, a vinda de Tadeu´s e Luis Fernando´s da vida ao partido, a degradação nos escândalos de desvios de dinheiro público envolvendo os sarnopetistas (casos SEDUC, Fapemagate e desvios na prefeitura de Presidente Dutra), o veto à participação deste campo no governo federal (vetaram o candidato a governador que dividiu o Maranhão ao meio!), a omissão do debate sobre o enfrentamento da questão das oligarquias nos documentos das próprias tendências de esquerda do PT, antes podíamos dizer que era o Lula, agora não mais (é o PT que banca o Sarney!), apenas antevêm a dura realidade: o PT peemedebizou-se pelos bigodes do Sarney. A isso, soma-se a difícil ação unitária e articulada do campo de forças petistas antissarney.
Como cantou a Legião Urbana, “quando a esperança está dispersa, só a verdade é que liberta!”. E a dura verdade é essa: o PT, jaz! Não virá por ele o projeto popular de transformação do Maranhão.
Não cuspirei no prato que comi. Há 20 anos dedico-me ao PT: do grêmio do Marista, quando entrei na juventude petista pelas mãos de Nilce, na coordenação do DCE/UFMA quando militei na articulação estudantil, na assessoria aos sindicatos e movimentos, na direção partidária em São Luís onde fui secretário de formação e na Executiva Estadual onde cheguei a Secretário-Geral, depois de ter sido secretário de organização, comunicação e agrário; estive em todos os Encontros Nacionais de Guarapari (ES)-1997 até hoje; no rompimento com a Articulação no episódio do Mensalão e na ida à Democracia Socialista/Mensagem ao Partido, na participação ativa que nos conduziu ao governo Jackson Lago, no histórico encontro em que derrotamos todos os tipos de abuso da oligarquia e vencemos com Flávio Dino. Não me arrependo de nada do que fiz no PT, ao contrário, orgulho-me de ter vivido ao máximo a militância partidária. Mas, para os próximos 20 anos (pelos menos!) me imponho novos desafios: mudo de casa, mas permanecerei do lado esquerda da rua, contribuindo para reaglutinar a esperança que está dispersa.
Aos que ficam e resistem, minha solidariedade. Com vocês, com certeza, nos encontraremos nas lutas e nas ruas!
Abraços afetuosos.
Franklin Douglas
Em carta enviada ao blog, o agora ex-petista descreve que um dos motivos principais que o levaram a pedir saída do PT foi a ocupação do partido por tendências ligadas ao grupo Sarney. “O PT peemedebizou-se pelos bigodes do Sarney”, afirma.
Em um trecho da carta, onde relata sua trajetória na sigla, Franklin Douglas diz que não se arrepende de ter integrado os quadros do PT do Maranhão, do qual participou durante duas décadas, e avalia que não virá pelo PT o projeto popular de transformação do Maranhão.
“Não cuspirei no prato que comi; orgulho-me de ter vivido ao máximo a militância partidária. Mas, para os próximos 20 anos (pelos menos!) me imponho novos desafios: mudo de casa, mas permanecerei do lado esquerda da rua, contribuindo para reaglutinar a esperança que está dispersa”, diz.
Veja abaixo íntegra da carta enviada pro Franklin Douglas ao blog:
Adeus, PT!
Meus queridos, minhas queridas companheiros do PT,
Acabo de comunicar ao secretário-geral do PT do DM de São Luís, Paulinho, o meu ato de desfiliação do Partido dos Trabalhadores.
Oriento-me pelo que já tinha analisado na plenária do campo antissarney, em 05.02.2011: só nos resta três caminhos no PT – (1) sair, (2) construir a saída ou (3) ser indiretamente expulsos pela entrada dos sarneyzistas no partido.
Após nossa histórica vitória pró-Flavio Dino no Encontro Estadual de junho-2010, a intervenção da maioria do Diretório Nacional no PT-MA nos colocou diante de um único cenário: ou ganhávamos a eleição com Flávio e retomávamos o PT ou, derrotados eleitoralmente, os sarnopetistas nos tomariam o partido no qual somos maioria na base de filiados, em número de diretórios, na militância social e nas urnas (quando elegemos Dutra e Bira e eles, ao coligar com o PMDB, acabaram por prejudizar o próprio Monteiro, que teria sido o segundo federal eleito, se o PT tivesse saído sozinho).
As reuniões da Executiva Estadual do PT-MA a toque de caixa, o atropelo na instância, a mordaça na bancada estadual, a convocação de encontros regionais sem comunicação às demais forças, as filiações em massa a partir de agora para ganhar as prévias para 2012, a vinda de Tadeu´s e Luis Fernando´s da vida ao partido, a degradação nos escândalos de desvios de dinheiro público envolvendo os sarnopetistas (casos SEDUC, Fapemagate e desvios na prefeitura de Presidente Dutra), o veto à participação deste campo no governo federal (vetaram o candidato a governador que dividiu o Maranhão ao meio!), a omissão do debate sobre o enfrentamento da questão das oligarquias nos documentos das próprias tendências de esquerda do PT, antes podíamos dizer que era o Lula, agora não mais (é o PT que banca o Sarney!), apenas antevêm a dura realidade: o PT peemedebizou-se pelos bigodes do Sarney. A isso, soma-se a difícil ação unitária e articulada do campo de forças petistas antissarney.
Como cantou a Legião Urbana, “quando a esperança está dispersa, só a verdade é que liberta!”. E a dura verdade é essa: o PT, jaz! Não virá por ele o projeto popular de transformação do Maranhão.
Não cuspirei no prato que comi. Há 20 anos dedico-me ao PT: do grêmio do Marista, quando entrei na juventude petista pelas mãos de Nilce, na coordenação do DCE/UFMA quando militei na articulação estudantil, na assessoria aos sindicatos e movimentos, na direção partidária em São Luís onde fui secretário de formação e na Executiva Estadual onde cheguei a Secretário-Geral, depois de ter sido secretário de organização, comunicação e agrário; estive em todos os Encontros Nacionais de Guarapari (ES)-1997 até hoje; no rompimento com a Articulação no episódio do Mensalão e na ida à Democracia Socialista/Mensagem ao Partido, na participação ativa que nos conduziu ao governo Jackson Lago, no histórico encontro em que derrotamos todos os tipos de abuso da oligarquia e vencemos com Flávio Dino. Não me arrependo de nada do que fiz no PT, ao contrário, orgulho-me de ter vivido ao máximo a militância partidária. Mas, para os próximos 20 anos (pelos menos!) me imponho novos desafios: mudo de casa, mas permanecerei do lado esquerda da rua, contribuindo para reaglutinar a esperança que está dispersa.
Aos que ficam e resistem, minha solidariedade. Com vocês, com certeza, nos encontraremos nas lutas e nas ruas!
Abraços afetuosos.
Franklin Douglas
1 comentários:
o meu comando sou eu mesmo pois não se governa o que não tem governo.
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