31 de dezembro de 2008

A ultima crônica de 2008.

Chegando aos finalmentes do ano de 2008. Um ano que terá muito a dizer a Historia, não apenas por que nesse ano o primeiro presidente negro estadunidense é eleito, não só pela quebra da hegemonia do pensamento único de mercado capitalista, rompido por obra e graça de suas próprias estruturas internas, mas o ano de 2008 é histórico por levar a pleno termo às contradições de Israel na faixa de Gaza. O genocídio e a humilhação de uma tradição milenar fazem da investida israelense ser comparada ao que os nazistas fizeram na segunda guerra mundial com o próprio o povo judeu.
Vimos também nos últimos anos e corroborado no ano de 2008 a ascensão chinesa ao grupo das nações importantes do mundo, percebemos estupefatos os acontecimentos presenciados nas olimpíadas abrirem uma onda de protesto em todo mundo contra o abuso aos direitos humanos provocados por aquele país. Infelizmente mesmo assim ainda ajudamos indiretamente consumindo as mercadorias por preços irrisórios que por la são produzidos, as custas de muito sangue
Se cada fato na historia é tido como novo, aos historiadores cabe lembrar que na verdade tais fatos não acontecem isolados em si, mas são sim desdobramentos, capítulos novos de uma novela que de muito falta ser escrito: A trajetória humana na Terra. Cabendo aí lembrar a responsabilidade de confiar no nosso próprio poder de síntese, que sirva aos propósitos de uma humanidade menos violenta, mais “humana” (não há outra palavra melhor).
2008 se vai e com ele a frustrada intenção de vermos as coisas melhores do ponto de vista macro. A muito há ser feita pelas questões ambientais, por exemplo, há muito a ser feito pelo planeta que agoniza e que cobrará alto pela sede de ganância do homem.

26 de dezembro de 2008

O fator crise

Aproxima-se agora a perspectiva real da assim chamada “crise financeira internacional’ “embaraçar” em terras brasileiras. Obviamente como tudo que vem de fora já está tomando de vez os meios de comunicação de massa. O único problema disso tudo é que a lógica dentro dessas questões exige uma “idéia” de crise, que está totalmente apartada da produção real, que é a que produz e, portanto, abastece a alimentação da nossa mesa. Infelizmente para que a população não reflita profundamente os aspectos intrínsecos a essa produção (trabalho, uso da energia e cultivo) e financeirizaçao da economia (transformação abstrata da riqueza em papel), os meios de comunicação já estão fazendo reportagens especiais, matérias, etc., para poder inculcar na mente do brasileiro que ele deve estar preocupado, pois o capitalismo não esta mais tendo as elevadas taxas de lucro que deveria ter. E dentro dessa lógica, deve estar mesmo por que será o brasileiro quem vai pagar a conta, com desemprego e escassez de recursos sociais. Se formos analisar mais de perto veremos que a “crise” não se dará de forma muito diferente aqui do que vem ocorrendo nos EUA , os mais ricos não poderão mais investir bilhões na Europa, os trabalhadores (ampla maioria) perderão em recursos sociais, empregos e salarios. Não obstante, o capital especulativo e seus desdobramentos foram assim descrito por Karl Marx:

"Em um sistema de produção em que toda a trama do processo de reprodução repousa sobre o crédito, quando este cessa repentinamente e somente se admitem pagamentos em dinheiro, tem que produzir-se imediatamente uma crise, uma demanda forte e atropelada de meios de pagamento.

Por isso, à primeira vista, a crise aparece como uma simples crise de crédito e de dinheiro líquido. E, em realidade, trata-se somente da conversão de letras de câmbio em dinheiro. Mas essas letras representam, em sua maioria, compras e vendas reais, as quais, ao sentirem a necessidade de expandir-se amplamente, acabam servindo de base a toda a crise.

Mas, ao lado disto, há uma massa enorme dessas letras que só representam negócios de especulação, que agora se desnudam e explodem como bolhas de sabão, ademais, especulações sobre capitais alheios, mas fracassadas; finalmente, capitais-mercadoria s desvalorizados ou até encalhados, ou um
refluxo de capital já irrealizável. E todo esse sistema artificial de extensão violenta do processo de reprodução não pode corrigir-se, naturalmente. O Banco da Inglaterra, por exemplo, entregue aos
especuladores, com seus bônus, o capital que lhes falta, impede que comprem todas as mercadorias desvalorizadas por seus antigos valores nominais.

No mais, aqui tudo aparece invertido, pois num mundo feito de papel não se revelam nunca o preço real e seus fatores, mas sim somente barras, dinheiro metálico, bônus bancários, letras de câmbio, títulos e valores.

E esta inversão se manifesta em todos os lugares onde se condensa o negócio de dinheiro do país, como ocorre em Londres; todo o processo aparece como inexplicável, menos nos locais mesmo da produção."

Fragmento de "O Capital", Volume 3, Capítulo 30, Capital-dinheiro e capital efetivo, Karl Marx.
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