30 de junho de 2011

Aquele Zé em sua cadeiras de rodas no buteco





Noite “infernal” de terça feira na Imperosa. Com o clima “peitando” os trinta e cinco graus, vou aos poucos me lembrando que estava marcada um bingo beneficente para compra de uma cadeira de rodas pra o Zé Luiz, local: Buteco do Frei, ao som de Projeto B e Indio Rock.

Deixando pra falar do Zé Luis por ultimo, afirmo que o Buteco tem sido a principal referência cultural em termos de espaço artístico na cidade. É uma boa opção para (como diz o slogan do lugar) “sair do obvio”. Espero que o período cavalino de zoológico humano da expoimp não influa neste direcionamento tão interessante.

As bandas: O Índio Rock tocou primeiro e no repertório coisinhas legais tipo Strokes e Vanguart. Bem ensaiados, os “Índios do Rock” cumprem de forma competente sua função de entreter e divertir mentes ociosas. A surpresa pra mim é ver o batera Marcelo Cortez, ex-Noiserverm, ex metal core, num momento tão singelo, doce e harmonioso. ( os brutos também amam) Nota dez pra o Cover de “Puteiro em João Lisboa” do Raimundos (isso mesmo, João Lisboa).

Depois foi a vez do Projeto B (o “B” pode ser de “bicha” ou de “bêbado”, já que são dois vocalistas: um rebola o tempo todo desvairadamente soltando a franga e outro é um pé-enxado de raiz, bebedor de vodca pura).

Ah! O bom e velho rock in roll, de responsa estava ali. Senti-me extasiado ao ouvir Joy Division, Pixies, Replicantes (ptz, muito bom) e uma versão muito legal de “Rolava Betânia” (paródia de “Roll over Beethoven” feita por Sergei).

E o Zé Luis? Pra quem conhece a figura sabe das credibilidades discursivas do rapaz. Estudante de Jornalismo da UFMA, integrante do MST, membro fundador do PSOL de Açailândia. Um exemplo de vida, que não se entrega sem lutar. O apelido “dengosinho” lhe cai bem, visto que sempre pede favores a moçoilas incautas pela Universidade Federal do Maranhão.

Parabéns ao Buteco, as bandas e principalmente ao Zé pela festa de Terça-feira.


29 de junho de 2011

NOTA DE REPÚDIO do Movimento Quilombola da Baixada Ocidental Maranhense


O Movimento Quilombola da Baixada Ocidental Maranhense (MOQUIBOM) vem a público manifestar seu repúdio, diante de várias notícias publicadas em veículos controlados pela senhora Roseana Sarney Murad, sobre a recente vinda, ao Maranhão, das Ministras de Estado Maria do Rosário (Direitos Humanos), Luiza Bairros (Igualdade Racial), Márcia Quadrado (Desenvolvimento Agrário, em exercício), do presidente nacional do Incra, Celso Lisboa de Lacerda e do presidente da Fundação Cultural Palmares, Eloi Ferreira de Araújo.

Após décadas de grilagem, pistolagem, assassinatos, torturas e todo tipo de violência contra os camponeses do Maranhão, causa indignação ver a senhora Roseana Sarney noticiar, orgulhosa, que teria dado “uma bronca” neste grupo de autoridades federais, que vieram para cá ouvir nossas legitimas e históricas reivindicações. A suposta grosseria virou notícia e, segundo essas mesmas notícias, o problema teria sido a quebra do protocolo. Às favas com o protocolo! Nós não estamos nem um pouco preocupados com isso. No Maranhão, diante de tanto sangue derramado de nossos irmãos e irmãs, da impunidade que favorece assassinos de camponeses, da corrupção evidente, da completa degeneração do poder público e do avanço avassalador da grilagem, nós não temos nenhum compromisso com protocolos palacianos.

Por razões bem diferentes, o povo maranhense também grita!

A senhora Roseana, se gritou, foi porque certamente queria um espetáculo de mentiras, com fotos e imagens de TV e ela no papel de benfeitora, com todos os outros atores políticos (inclusive as vítimas do latifúndio) atuando como meros coadjuvantes. Jamais compactuaremos com isso! Nós queremos coisas bem diferentes. Nós exigimos respostas concretas do Estado brasileiro! Foi revoltante ler uma mentira publicada no jornal O Estado do Maranhão, de propriedade da senhora Roseana, no dia 21 de junho, véspera da chegada das autoridades federais. Lá estava dito, na primeira página: “Ministras vêm ao Maranhão para conhecer programas fundiários do governo”.

Quanta falta de respeito com a nossa luta! Conhecer programas do governo? Mentira! O presidente do Instituto de Terras do Maranhão, sr. Carlos Alberto Galvão, declarou que o órgão dirigido por ele não tem capacidade para atender 20% da demanda atual – arrecadação de terras públicas para assentar camponeses, titulação de terras quilombolas – por falta de funcionários e recursos financeiros. A verdade é que as ministras vieram ao Maranhão atendendo a uma exigência nossa que, diante de inúmeras situações de opressão, acampamos em frente ao Palácio dos Leões e do Tribunal de Justiça, depois fomos para dentro do INCRA, com 21 pessoas ameaçadas de morte chegando ao extremo de fazer greve de fome. Foi essa legítima pressão social que trouxe todas essas autoridades federais ao Maranhão.

O que importa o protocolo ou a birra de quem quer que seja, diante da imensa gravidade da nossa situação, dos despejos, de lavradores assassinados, de ameaças de morte, associações queimadas, sede de organizações invadidas?

Esperamos, agora, que o governo federal não se intimide com a difícil realidade política do Maranhão, cumpra seu papel e honre os compromissos e a palavra empenhada diante de centenas de pessoas. E esperamos que o governo estadual também apresente à sociedade maranhense um Plano de Trabalho que, efetivamente tenha a capacidade de retirar 1,5 milhão de maranhenses da situação de extrema pobreza - consequência da alta concentração de terras em tão poucas mãos que expulsam e matam; e, da “apropriação por parte de pequenos grupos, mediante influências políticas e corrupção ativa, daquilo que pertence a todos. Esses pequenos grupos fazem do bem público um patrimônio pessoal” (Carta dos Bispos do Maranhão).

Queremos deixar bem claro que o nosso movimento quilombola tem a total e absoluta autonomia em relação a partidos e governos. Por isso, temos a liberdade para seguir reivindicando, cobrando, exigindo e, se preciso for, radicalizando, por aquilo que acreditamos ser o justo.
Nossa luta continuará!


São Luís – MA, 27 de junho de 2011

Pelo Movimento Quilombola da Baixada

Givanildo Nazaré Santos Reges
João da Cruz
Almirandir Madeira Costa
Catarino dos Santos Costa
Maria Teresa Bitencourt

28 de junho de 2011

Maranhão do Sul: Campanha “Viva Bananal”, Viva Suma-Uma, Viva Mucuíba, Viva Ribeirãozinho”, etc...




Inspirado hoje pela poesia de Lília Diniz, resolvi elaborar esta breve postagem. A título de conhecimento informo que minhas andanças pela nossa região também me animaram a produzir.

Em meados dos anos 80, lembro-me claramente que ainda criança, morador de João Lisboa, uma das nossas diversões era visitar amigos na pouco distante “Mucuíba” hoje , município de Senador La Roque, e por lá me lembro que nas nossas perspectivas de vida, não lá muito animadoras, pensávamos em sermos jogadores de futebol e assim poder nos “vingar” de toda a má sorte reservada ao povo da “Mucuíba”. Havia inclusive um dizer popular que, pejorativo, sempre associava a todo tipo de desgraça o distante povoado: “menino, vai ser burro assim na Mucuíba” e etc. Meu pai lecionava numa escolinha da qual não me lembro o nome e por lá talvez nem mais exista, quase um fundo de quintal, que eu sempre acompanhava e nos intervalos ia pra o meio do terreiro jogar pião, ou, na melhor das hipóteses, comer manga e caju a vontade. A placa indicado o local da escola era triste, a cor meio amarelo claro, com letras negras grandes, trazia uma atmosfera sombria para a nossa infância.

Essa historia real, parte do meu “romance pessoal”, eu contei a alguns adolescentes com quem eu trabalhei recentemente no longínquo povoado do Cumaru, uma das regiões mais pobres da hoje cidade de Senador La Roque. E contei mais: que em menos de 15 anos depois eu já poderia me considerar a caminho da vitória sonhada. Eu tinha entrada em curso superior em Imperatriz e já estava trabalhando como professor.

A nossa conversa basicamente era sobre política e eu os perguntava se eles tinham conhecimento de quem fora o homem que agora batizava o nome da cidade. Falei-lhes também sobre eleições na América Latina e no Maranhão, de como era importante elegermos forças populares para garantir alternativas de vida que não sejam caminhos de pobreza, criminalidade, prostituição. Destino a que fica relegada gente como eles ( e como eu).

E falei sobre a minha experiência não como exemplo de “self made” (homem que venceu na vida), exemplo a ser seguido. Não. Mas, que na realização da minha perspectiva de vida uma única coisa teve grande valia nisso tudo: a força de lutar (da raiva, da vingança, etc) que me transformou vida a dentro sair da condição de oprimido. Minha sensação de exito, eu tive pela primeira vez quando li, nos anos remotos da graduação, as palavras de O Capital, de Karl Marx:

“A história de todas as sociedades que já existiram é a historia da luta de classes: homem livre contra escravo; patrício contra plebeu; senhor contra servo; mestre da corporação contra artífice assalariado – em suma – opressor contra oprimido – em constante oposição um ao outro, sempre em luta ininterrupta, ora velada, ora declarada, uma luta que sempre terminou na reconstituição revolucionária da sociedade em geral ou na ruína comum das classe em oposição.”

Terminei minha fala (uma espécie de discurso de fim de ano) que nada me deixara mais feliz do que poder ter saído do meu “terreirozinho” e de ter vencido parte dos monstros da opressão, entre eles os meios de comunicação de massa. A “informação de mão única”, como diz Marilena Chauí: “veiculadas pelos meios de comunicação de massa, que universalizam para todas as classe sociais os interesses e privilégios da classe dominante...”. Essa dominação, disse eu, perpassa até mesmo na escolha do nome do município por políticos que sempre se comprometeram nestes processos de alienação social e política das demais classes, identificadas com valores, idéias, comportamentos e interesses dos dominantes.

Descrever esta história para os meus alunos foi pra mim uma felicidade e uma homenagem a eles - uma forma de ajuda-los a encontrar neles mesmos também a força da luta de vingança, que os leve a reconstituição revolucionária da honrosa sociedade em que vivemos.

“Viva Bananal, Viva Suma-Uma, Viva Mucuíba, Viva Ribeirãozinho”, etc...

25 de junho de 2011

Rápinhas da Política: Eleições 2012


Vice governador aponta Expedito Barroso

O vice governador Wasghinton Oliveira anda comentando por aí, em alto e bom som, que o nome de Expedito Barroso (PT/Imperatriz) é "um bom nome para disputar a sucessão municipal", Oliveira joga assim um verdadeiro balde água fria nos tucanos que andaram espalhando que o PT local sofreria intervenção, além disso, reforça a tese de que não deseja fortalecer ainda mais setores peemedebistas, que pelo visto seriam os grandes benefiados novamente. Pelo visto muita água ainda vai rolar. Não duvido de nada



Madeira: "Carlinhos é um ingrato"

Essa eu não ouvi da boca do prefeito, mas, quem me disse não é muito de mentir. Acredito na minha fonte. Segundo consta Madeira desferiu o comentário afirmando ainda que já fez de tudo um pouco por Carlinhos: ajudou na campanha, viabilizou cargos, etc. Madeira provavelmente deve ter se sentido incomodado pelas ultimas afirmações de Carlinhos nos blogs. A ultima, claro, foi a de dizer que não pretende apoiar a sigla tucana em 2012. Coisas da "real politik".


Gato Escaldado


A vaia que o suplente de deputado Chiquinho Escórcio levou dos quilombolas no Incra, em São Luís, talvez explique a ausência da governadora Roseana Sarney em alguns eventos. Escórcio justificou que a vaia que levou foi motivada por fazer parte do grupo oligárquico que infelicita os maranhenses. Em vários locais que reúne centenas de pessoas quando o nome de Roseana é citado, vem logo uma vaia. Já foi assim com o secretário de Estado da Cultura, Luís Bulcão, e outros assessores governamentais. Só que a vaia estrondosa que Chiquinho Escórcio levou foi na presença das ministras Luiza Helena, da Igualdade Racial e Maria do Rosário, dos Direitos Humanos. Daí que viram que a popularidade do governo Sarney no Maranhão está abaixo da barriga de barata. Isso vai repercutir no Palácio do Planalto. Já pensou uma ministra dizendo pra outra: “Menina, eu nunca pensei que os Sarney fossem tão malquistos em São Luís”. (Fonte: John Cutrim)


Nota do Jornal O Progresso


Veja como são as coisas. O Jornal local "O Progresso" em nota publicada neste sábado, busca defender o indefensável e ainda manipula descaradamente a noticia quando dá a entender que as ministras baixaram a cabeça na suposta bronca que a governadora lhes deu por não terem se dirigido primeiro a sua excelentíssima pessoa. Mentira: Segundo testemunhas as ministras deram-lhe a seguinte resposta: "Olha a senhora nos desculpe mas nosso compromisso aqui primeiro é com as comunidade locais". O jornal ainda afirma que Chiquinho Escorcio teria sido "corajoso" por enfrentar o que chamam de "aloprados". Um recado da ministra Luiza Helena dado a Escorcio:" É bom vocês (governo do estado) terem mais diálogo com os movimentos sociais".


Sanchez não é maior que a politica


Indícios cada vez maiores dão conta de que a novela Sanchez/PcdoB pode não ter lá um final muito feliz. Ao que consta nos bastidores do Partido Comunista do Brasil, Sanchez teria se "adiantado" em torno de algumas questões que envolvem sua filiação e suposta candidatura. O principal aspecto da questão é o fato do nobre vereador "não possuir um grupo político", sendo taxado de "exército de um homem só" por alguns. Em conversa de pé de orelha o Dirigente do partido no Maranhão, Marcio Jerry, teria dito: " O Sanchez não é maior que a política".
Existe ainda a tese de que o PcdoB imperatrizense poderá apoiar o PDT e com isso formalizar uma composição entre as duas siglas no Estado. É esperar pra ver.

24 de junho de 2011

Meu encontro com Ulisses Braga

O escritor e advogado, membro da academia imperatrizense de Letras, Ulisses Braga, em algum dia do ano de 1987 escrevia para uma seção do Jornal “O-Progresso”, intitulada “Problemas políticos contemporâneos”, sobre os dois grandes pólos da mesma realidade surgida no seio da sociedade moderna industrializada: Capitalismo e Socialismo.

Para Braga tanto um quanto outro falharam em suas intenções. O socialismo falhou por buscar a perfeição absoluta e relegar ao individuo a perca de seus interesses individuais frente aos interesses coletivos, burocratizando-o cada vez mais. Já o capitalismo transformava os indivíduos possuidores do capital em “seres possuídos pelo capital”, quê os tornava egoístas e causava de um lado a concentração da riqueza para poucos e do outro, pobreza, doença e analfabetismo para muitos.

No ano em que este texto foi lançado vivíamos já uma desgastada guerra fria entre as duas grandes superpotências da época: EUA e União Soviética. Ambas possuíam arsenal bélico nuclear suficiente para exterminar a vida na Terra. Um representava o ideal capitalista e a outro, a socialista – ambos juntos eram tão somente um quadro da débil condição humana frente ao infinito Cosmos. Do ponto de vista espacial nosso planeta é um grão de poeira cósmica e que corria rumo á autodestruição.

Para Eduardo Galeano as utopias serviriam para que nunca deixássemos de caminhar em buscar de nosso horizonte. O autor do clássico “As veias abertas da América Latina” refletia aí a necessidade de termos um sentido de existência maior, mesmo que fosse de caráter utópico - A busca por um mundo mais justo e fraterno. Algo semelhante ao que dizia Leon Trotski em seu conceito de “Revolução Permanente”, onde afirmava da necessidade do caráter dialético e de constante reformulação da teoria revolucionária. Trotski pagaria com a própria vida por ter rompido com o Partido Comunista russo e com Stalin, que imporia uma ditadura de estado na URSS. O final disso vocês conhecem.

Figura importante para o pensamento ocidental era Wladimir Lênin. Em seu celebre trabalho “Esquerdismo: Doença infantil do comunismo” falava sobre o idealismo ingênuo de alguns teóricos que viam com maus olhos tudo aquilo que não lhes tinha caráter pré-determinado. “Para alguns ditos comunistas, quando um dia, chegarem ao poder, pronto: farão o comunismo ser realidade no dia seguinte. Quem não concordar com isso não é comunista (...)”, dizia Lênin.

Toda a teoria que não se transforma, que é imutável e infalível, é dogmática e passível de ser tornar uma religião. Uma teoria sobre qualquer coisa da realidade que explique-a totalmente é a teoria de um mundo morto, de uma realidade engessada. Não existe verdade. Existem verdades. Os homens não escolhem a que tipo de realidade terá que enfrentar para viver um mundo melhor. Ponto.

Retomo novamente ao Universo – vistos lá de cima parece-me difícil defender cegamente qualquer tipo de dogma, religião ou nacionalismos. Somos apenas um pontinho de poeira, esquecidos numa galáxia na periferia do cosmos, com bilhões de estrelas e nebulosas.

Quanto a Ulisses Braga, este nasceu em Carolina no MA. Se tivesse nascido em Berlim, Paris ou Roma, seria reconhecido internacionalmente como integrante do rol dos mestres - os que elevam a forma no estilo da escrita ao seu ápice, tais como: Kant, Rosseau, Gramsci, Mezzaros, Thomas Mann, Saramago etc.

23 de junho de 2011

Atlas do Trabalho Escravo no Maranhão será lançado hoje no SALIMP



Estará sendo lançando oficialmente hoje, a partir das 15:00 (com tolerância de meio hora) o "Atlas Político Jurídico do Trabalho Escravo Contemporâneo no Maranhão" pela Ética Editora. O Atlas é uma publicação do Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Açailândia que tem como organizadores Antônio Filho, Nonnato Masson e Reynaldo Costa.

O lançamento será realizado no Salão do Livro de Imperatriz, Centro de Convenções. Tive a honra de trabalhar neste belo projeto, na condição de pesquisador e revisor. O Atlas reúne informações de vários documentos oficiais, de relatórios de fiscalização do Ministério do Trabalho, processos trabalhistas, criminais, em tramite no INCRA que a assessoria jurídica do CDVDH acompanha além de um raio-x da questão sóciopolítico do Maranhão. Sintam-se todos convidados.

O trabalho escravo no Maranhão está por toda a parte, a partir de pesquisa nos relatórios se visualiza que em todas as regiões nas mais diversas atividades, já houve prática de trabalho “análogo a de escravidão”. Porém é a pecuária a atividade com maior incidência de casos de exploração da mão de obra escrava.

Neste caso, a famigerada situação de trabalhadores encontrados em condições degradantes nas terras maranhenses, tem se verificado que muito ainda falta avançarmos para erradicar este mal no nosso estado. Inexististência de políticas públicas adequadas para incluírem socialmente trabalhadores (as) além da falta de respeito à cultura dos povos do campo pelo agronegócio formulam uma lógica perversa e violenta.

22 de junho de 2011

Regularização fundiária urbana em Imperatriz: Câmara de Vereadores é da direita







Audiência na câmara legislativa marcada, presença da Defensoria Pública e dos representantes do Governo Municipal além, claro, do povo. Eis a indigesta salada proporcionada pela atual conjuntura fundiária que encontra-se em completo atraso em termos de regularização na grande Imperatriz.

Vários bairros oriundos de ocupações históricas ainda sem a devida titularização oficial, com sérias e gravíssimas problemáticas principalmente em torno da questão de saneamento básico. Estas e tantas outras questões (in) devidamente relegadas ao mero plano do discurso, por vereadores e membros do poder público que ignoram saber ser o proselitismo político um fator que já não engana mais ninguém. Lá fora o povo revolta-se pelo descaso.

Na tribuna diversas lideranças populares, dentre elas a ativista Conceição Amorim, que meteu o dedo fundo na ferida de alguns legisladores, dentro eles o veterano Joel Costa: “Esta casa tem coragem de aprovar orçamento de três milhões para a prefeitura fazer marketing enquanto que para as questões sanitárias aprova hum milhão...isso só acontece porque são um bando de vendidos (...)”. Disse Conceição.

Triste verdade. A falta de compromisso e representatividade de vários segmentos do poder público é notório e crescente nos dias atuais. Os problemas são inúmeros e a incompetência aliada do jogo político onde os favores financeiros valem mais, eclodem na triste realidade do povo subutilizado como massa de manobra via clientelismos e sacolinhas.

Resultado: altos índices de violência, de mortandade, de doenças semi-mediáveis e claro, na falta de politicas públicas e gestão orçamentária participativa.

O governo Madeira já deu provas incontestes que não gosta muito desta história do orçamento e participação popular. Basta olhar os conselhos que (não) atuam no município de Imperatriz. Fica a certeza de que esta luta pela regularização fundiária urbana em Imperatriz, é só mais uma do round da grande batalha que ainda virá. A vitória dependerá do nível de organização e consciência do povo e de suas lideranças que devem organizar uma grande Frente de Luta por Moradia.

Ouro Verde, Vila das Palmeiras, Grande Cafeteira, uni-vós. Esta direita que está no poder é co-responsável por tantas injustiças. A polarização fundamental segue cruzando o próprio aparato jurídico. A defensoria está com a gente.

21 de junho de 2011

Meu encontro com Herbet Marcuse

Em breve estaremos dando inicio ao nosso grupo de estudos em economia politica. Aos interessados, aguardem

Foi por obra e graça do acaso que na graduação, nos confins obscuros de algum lugar na biblioteca da Universidade Estadual do Maranhão deparei-me com um exemplar de “Razão e Revolução - Hegel e o advento da Teoria Social”. Na época eu já alfarrabista, tentava garimpar algum texto que me auxiliasse a compreender os processos revolucionários e a sociedade atual, influenciada sempre por qualquer bobagem que viesse de fora (seja estadunidense ou não) .

Confesso que foi quase uma paixão a primeira vista. Muito me chamava a atenção o fato do filosofo Herbet Marcuse, judeu, ex-membro do Partido Social Democrata Alemão, ter intenções de interpretar criticamente os Manuscritos Econômico-filosóficos de Marx e (assim como este que vós escreve) encontrar neles um fundamento filosófico da economia política. A mística que o maio de 68 provocara em mim e em meia duzia de colegas, motivou também as primeiras leituras a Marcuse.

Em meu intimo, sentia na verdade enorme repulsa a um certo “idealismo existencial” que a maioria dos meus colegas de graduação buscavam com suas respostas mais teóricas do que práticas. Era o principio do “comer e gozar”, ilusória e efémera em sua essência, que eu não queria de modo algum e que de certa forma empurrou-me a leitura de Marcuse. Na época senti frios e mais frios na barriga. Achara o que desejava. Chegava o fim de abstrações pra mim...

Neste excelente trabalho vemos claramente que existe uma simultaneidade entre crítica e práxis. Só a crítica em sí não basta, é necessário um nexo com a práxis objetiva. Exemplo: A pequena-burguesia interessada apenas em se divertir e consumir, poderia e pode ser instrumento de luta pelos direitos civis, desde que sejam criadas condições concretas para isso. Ou seja, a irracionalidade capitalista possuía uma “racionalidade”, passível de ser compreendida.

Os vetores necessários para a transformação de fraqueza em força: Arte e Politica. Condição “cine qua non” para a busca da felicidade, Marcuse defendia o materialismo dialético de Marx como correta teoria da sociedade, ou seja, a preocupação com a felicidade dos homens e a convicção de que esta felicidade seja conseguida “mediante uma transformação das relações materiais de existência”. Por isso em Razão e Revolução, afirma Marcuse, a teoria de Marx supera a de Hegel, justamente por pretender não só a realização da razão, mas, principalmente, a realização da felicidade.

Numa época impregnada de classificações, cálculos e avanços tecnológicos, onde se tenta drenar toda energia utópica, principalmente entre os jovens, onde o consumismo os convida agressivamente a compartilhar de sua miséria espiritual, reduzindo a sua existência a um bom emprego, a um bom salário, para o consumo ilimitado de objetos e pessoas – Marcuse ainda tem muito a dizer, particularmente as novas gerações.

A sua enorme contribuição de pensador integro e coerente ficará para sempre legada não ao “museu de idéias”, petrificadas para serem admiradas, porém para serem lidas criticamente e ultrapassadas, para delas se reter o essencial e avançar.

20 de junho de 2011

Rápidas da Política


O fator Haroldo Sabóia

Nome ainda a ser definido para disputar a prefeitura da capital em 2012, o ex – vereador e constituinte Haroldo Sabóia pode ser uma grata surpresa aos olhos e ouvidos de significativa parcela da população interessada em ver mudanças na grande São Luis. Militante de movimentos sociais maranhense, deputado federal constituinte de 1988, e vereador, tem em sua ficha corrida boa trajetória politica, sempre primando por mandatos populares.

PDT e PcdoB

Nos bastidores da politica cometa-se sobre uma suposta aliança entre os dois grandes partidos da oposição maranhense: O PDT viabilizaria o projeto político dos comunistas na capital, tanto em 2012, quanto para 2014, que em troca disponibilizaria um nome para ser vice numa chapa que elegeria o deputado Carlinhos Amorim. Aguardem novos desdobramentos

Professor petista critica Simproesemma

O professor Carlos Hermes, petista histórico e ainda um dos poucos remanescentes coerentes desse partido, fez severas críticas a direção do Sindicato dos Professores em seu blog. Hermes começou a tirar conclusões politicas e pergunta dentre outras coisas sobre a que pé andam as negociações que garantam os interesses da categoria. A desconfiança pelo visto ta grande.

Problemas na Conferência e na Saúde

A Secretária de Saúde de Imperatriz e esposa do prefeito Madeira resolveu revogar a resolução do conselho de Saúde e nomear por portaria uma comissão de "organização da conferência de saúde" onde ela é a presidente ficando os demais "assessores" e apenas um conselheiro de Saúde compondo esta comissão.
Enquanto isso os servidores do centro odontológico dos Três Poderes continuam de braços cruzados devido a falta de medicamento e materiais, pois o equipamento de raio X há mais de dois meses encontra-se quebrado e sem data prevista para o conserto.

19 de junho de 2011

Máfia invade a sede da CPT em São Luis: Sistema Mirante desconversa



No ultimo editorial publicado pelo Jornal Vias de Fato é feita um desabafo-denuncia: O Maranhão e seu povo enfrentam graves conflitos no campo, com uma tendência a impunidade crescente. A grilagem de terras, aliada aos grandes interesses financeiros tem de forma cada vez maior trazido violência e desigualdade social, num território onde 4/5 de seu povo vive no meio rural.

O desabafo do jornal também recai sobre os ombros do Sistema Mirante de Comunicação que exibiu a matéria sobre a depredação do escritório da sede da Comissão Pastoral da Terra, localizada na capital. A matéria porém, segundo afirma o jornal, “mas confunde do que esclarece”, tentando tornar o ocorrido em mero fato policial, sem aprofundar a devida carga política que envolve todo o caso.

Coincidentemente neste fim de semana tive acesso a uma fala do professor aposentado Fabio Konder Comparato, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, onde este manda um recado à presidenta Dilma Rousseff. O debate era sobre a luta pelo marco regulatório da comunicação no 2º Encontro de Blogueiros Progressistas ocorrido em Brasília.

Disse Comparato: “56 membros do Congresso Nacional têm concessões de rádio ou televisão, direta ou indiretamente. A dominação dos meios de comunicação de massa é a grande arma do atual coronelismo".

Que a mídia neste país está ligada ao dinheiro, como dizia minha mãe, “já estamos carecas de saber”. Com seus interesses sempre claramente atrelados ao poder, cumpre aqui fazer uma pergunta: Seria a impressa maranhense a pior do Brasil? Essa análise ficará para uma próxima postagem.

Leia aqui na integra a nota do Jornal Vias de Fato
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18 de junho de 2011

Flavio Dino, Embratur e by by eleições 2012


Por: FRANKLIN DOUGLAS

O Diário Oficial da União fez a fila andar na presidência da Embratur: sai Mário Augusto Lopes Moysés, entra Flávio Dino Castro e Costa.
A nomeação de Flávio Dino para a Embratur também traz uma consequência imediata às eleições na capital. A fila também andou no PCdoB: Flávio Dino não será candidato a prefeito de São Luís.
A sua escolha pela Embratur é também sua opção por 2014, e não 2012: “Irei me dedicar ao máximo para ajudar nosso país e honrar a confiança da presidente Dilma”, anuncia Dino em seu twitter.

A confiança da presidente Dilma, e seu apoio político, não seria colocada em xeque por uma pretensão eleitoral de fazer da Embratur apenas um trampolim até as convenções eleitorais de junho de 2012, na verdade, menos de um ano depois, porque o afastamento dar–se-ia em abril de 2012.

Racionalmente improvável. E quem o conhece, sabe: Flávio não faz política irracional. É como um exímio jogador de xadrez.
E também tem pressa, apesar de estar na casa dos 40 anos. Viabilizar um projeto de esquerda de longo prazo e sustentável, com sua eleição a prefeito em 2012, a partir um leque de alianças com os setores progressistas da cidade, com vistas a construir uma reeleição em 2016, consolidando a ascensão de um verdadeiro bloco de poder sob novas práticas políticas, para então buscar o Governo do Estado, em 2018, seria muito tempo… para ele.

Certamente o ex-futuro candidato a prefeito de São Luís calculou os custos pessoais, políticos e eleitorais de uma candidatura em 2012
Diferente de 2008, onde tinha todas as condições políticas (apoio do Planalto, de Lula, do PT e era uma novidade), mas teve que correr atrás das condições eleitorais, para 2012, há apoio eleitoral e muito, mas falta apoio político.

Assim, Flávio convenceu-se que não valeria a pena. Deixaria Castelo à vontade para todo tipo de aliança com a oligarquia (não esqueçamos que Flávio teve o voto de Roseana Sarney e Gastão Vieira, no segundo turno de 2008…) e não teria, de imediato, o apoio de vários setores oposicionistas que lhe vêem com desconfiança, de tucanos a pedetistas, passando pela esquerda socialista. Sem o tempo de TV do PT, o apoio de parte da esquerda petista, que está caindo no canto da sereia de Washington que jura querer Bira de candidato a prefeito, e com seus principais financiadores voltados para a disputa em seus municípios, Dino também deve ter ponderado que não valeria a pena correr tanto risco. Além do medo de uma terceira derrota consecutiva a cargo majoritário. Apesar dos 49 a 53% de votos que pesquisas internas dos partidos lhe confiam, Flávio não acredita que se ganhe só com a força do povo…

A QUE CUSTO?
Afora isso, há de se investigar o preço dessa nomeação para a Embratur: de 2002, quando Lula chegou ao Planalto, até Dilma (2011), nenhum oposicionista aos interesses da oligarquia Sarney emplacou em cargo federal algum no Maranhão, muito menos em Brasília: que o digam Haroldo Saboia, Domingos Dutra, Joãozinho Ribeiro, Márcio Jardim, Augusto Lobato, Silvio Bembem, Jomar e Terezinha Fernandes. Não fizeram o nosso jogo no Maranhão, espalhava José Dirceu e companhia sobre o veto a esses petistas. Qual o segredo de Flávio Dino? …

SOBROU PARA O POVO
Quem morar nas vizinhanças do arraial da Praça Maria Aragão, o arraial oficial da Prefeitura de São Luís, que se prepare: vai ter muito foguete à noite toda hoje. Castelo comemorará bastante a saída de seu principal adversário do pário. A roda gira nas eleições da capital maranhense. Emoções. E ainda falta mais de ano para o pleito.

17 de junho de 2011

Vale Livro dos Professores


Promessa é divida? As vezes nem tanto. Em se tratando de politicas públicas no Maranhão a assertiva cai em desuso pratico tão rápido quando “trepada de coelho”. Ano passado, por ocasião do oitavo salão do livro de Imperatriz surge o compromisso de quê nossa governadora viabilizaria o chamado “Vale livro”, concretamente uma ajuda de custo no valor de cem reais.

Implementado em alguns estados brasileiros que possuem politicas culturais mais avançadas, como Bahia e Rio de Janeiro, o vale-livro já é uma realidade que subsidia professores e funcionários públicos, terem acesso a este importante item que alimenta corpos e mentes.
Há duas especies de fome: a da barriga, fruto da miséria do corpo, esta mais urgente e fundamental pois requer ser saciada logo para necessidades e realizações humanas. A outra é a carência do conhecimento, este outro, um tipo de fome que a alma humana sente.

Nossa luta tem que ser travada em ambas as direções, de forma simultânea. “ A gente não quer só comida, a gente quer comida diversão e arte...” já dizia o Titã Arnaldo Antunes. Erradicar a fome de comer, perpassa também por extinguir a fome do saber, do acesso democrático ao conhecimento. Aos governantes que desejam um povo menos culto e mais miserável para poderem se locupletar, só um aviso: A História não os perdoará. As novas gerações debateram este período e tirarão conclusões politicas: “Coitados dos nosso avós! Quanto atraso!”.

Assim como hoje em dia se observa a escravidão negra como algo primitivo e desumano, as gerações do futuro vislumbrarão o sistema capitalista e seus entusiastas governantes, como atrasados, arcaicos e felizmente, extintos.

15 de junho de 2011

Rápidas da Política: Sanchez, PcdoB, Madeira, PSOL

Sanchez se reúne com Flávio Dino

Quem está em Brasília e deverá se reunir nas próximas horas com o ex deputado e candidato a governador Flávio Dino, é o candidatíssimo a prefeito de Imperatriz, Edmilson Sanchez. Hoje na capital federal tem reunião do Diretório Nacional do PcdoB e na ocasião, obviamente, os dois deverão conversar sobre a vinda do vereador para legenda comunista e a sucessão de 2012. Dino deverá mencionar os nomes de Adonilson e Marco Aurélio (Teorema) como fortes candidatos a vereador.

Adonilson x Marco Aurélio

Alguns camaradas comunistas não gostaram nada nada de Marco Aurélio ter saído como pré candidato a prefeito. O grupo mais a esquerda do PcdoB, desconfia bastante de seu nome, e boa parte vê em Adonilson Lima (também professor) um quadro mais bem preparado para disputa de pleitos. A reboque da conjuntura, os camaradas comunistas pelo visto pouco terão o que fazer a não ser aquiescerem disciplinadamente o que a cúpula do partido orientar.

Madeira visita Expedito Barroso

Na tarde de ontem quem esteve visitando o diretor da Uema, Expedito Barroso, foi o prefeito de Imperatriz. Na ocasião diz que Expedito não perdeu a piada: “Meu prefeito ouvi dizer que o senhor que ganhar as eleições ano que vem por WO?”
Ambos pré-candidatos de legendas rivais (PT x PSDB), conversaram sobre uma parceria institucional.

PSOL se reúne hoje

O Diretório do Partido Socialismo e Liberdade convida todos os seus filiados e simpatizantes para se reunirem hoje as 19:00. Na ocasião se debaterá a nova configuração do diretório bem como a filiação de novos quadros, tais como a do ex candidato a prefeito, Major Melo. Quem também namora com o PSOL na região é o ex vereador Francimar Moreira.

14 de junho de 2011

Tragédia anunciada: Praias do Rio Tocantins totalmente comprometidas


Cresci as pedaladas no grande bacuri, me dirigindo aos finais de semana para a Praia do Cacau. Minha maloca levava bola de futebol e fitas cassetes do Eric Donaldson e Banda Reprise, quase sempre também uma cachaça temperada com maracujá ou abacaxi. Coisa de moleque.
Depois já mais velho, tive a grata oportunidade de enfiar meus pés dentro d'água, já altas horas da noite, ao som de uma boa voz e violão ou seresta, degustando um tambaqui frito, com vinagrete e farofa. Tudo isso na Praia do Cacau.

As manhãs surgem bem frias por lá. Mas quando chega as dez horas, o sol sai a pino. Não tem protetor que resolva. O entardecer é outro momento de rara beleza, cada dia esculpindo uma obra de arte diferente nos céus.

Quero deixar isso aqui registrado para que as próximas gerações saibam o que perderam (ou poderiam) perder, pela lógica perversa das grandes hidrelétricas que ao se instalarem de vez vão paulatinamente destruir o Rio Tocantins.

Boa parte das promessas de mitigação dos impactos ambientais proposta pela Hidrelétrica de Estreito para seu funcionamento, não tem sido posto a cabo. Desde a morte de peixes, até mesmo a proliferação de violência urbana e prostituição: esse é o preço do desenvolvimento.
Mesmo já estando em meados de junho, muito pouco se vê no que tange as praias do Rio Tocantins. Com isso perde-se possibilidades enormes de se trabalhar e ganhar com turismo por exemplo. As campanhas financiadas com nosso dinheiro, via isenção de impostos, por empresas como o Ceste, ajudam a definir qual é a politica que norteia os interesses das prefeituras. Sem falar dos outros interesses milionários do grande capital internacional, de olho nas riquezas amazônicas e do cerrado.

Tragédia anunciada

Recentemente através do facebook, vi alguns comentários que merecem nossa atenção. Segundo informações de alguem de dentro do Ceste (consorcio responsável pela hidrelétrica de Estreito) há sintomas claros de uma tragédia maior que virá por aí. Muito pior do que a morte de toneladas de peixes ocorridos há mês. Quem souber de alguma coisa mais concreta que passe pro limpo.
Isso tudo me faz lembrar de uma corrente de cientistas que acredita que em cinquenta anos o mundo estará completamente desertificado. Quanto otimismo. Finalmente vamos ter que desistir de tudo que é movido a petróleo e/ou ligado na tomada. A menos que os chineses consigam falsificar outro planeta igualzinho a esse pra ser explorado.

12 de junho de 2011

Em Imperatriz: Museu do Homem Sul Maranhense






O Sul do Maranhão é riquíssimo em vestígios arqueológicos, muitos sem o merecido valor que lhes compete. As culturas perdidas nas brumas da História possuem a capacidade de nos informar como eram, agiam e se comportavam através do tempo. Arqueólogos, Paleontólogos e pesquisadores autónomos como o geógrafo e ex-sargento do exército Luis Santiago trabalham em um imenso resgate destas relíquias de nossos ancestrais.
Com um acervo resultante de dez anos de pesquisas, com cerca de duzentas peças entre material lítico, cerâmicas, cestarias, indumentárias e fósseis, Santiago tem por objetivo principal em sua pesquisa preservar e divulgar a cultura Sul Maranhense através da idéia de um Museu em Imperatriz .
Contatos: Santiago (99) 3525 – 3680 / 9147 – 3222
Rua Antônio de Miranda, 820 – Centro
Imperatriz -MA

10 de junho de 2011

Lançamento de livro na Uema não pode, mas fazer carreata eleitoral pode? Cadê a Justiça...

Relembrando alguns extraordinários momentos da campanha de 2010 via blogosfera, deparei-me com o episódio da utilização das dependências físicas da Universidade Estadual, por parte da Coligação “O Maranhão não pode parar”.

Este fato por si só já é grave! A lei eleitoral proíbe terminantemente a veiculação de propaganda de qualquer natureza nos imóveis pertencentes a administração pública (Lei n 9.504/97, art. 37). quem dirá ainda a cessão dos mesmos para o beneficio de comitê eleitoral.

As imagens registradas na mídia digital compravam ainda que este evento foi de grandes proporções.

Dias antes, os estudantes integrantes do DCE da Uema de Imperatriz, organizaram uma cerimônia de lançamento do livro Honoráveis Bandidos, uma biografia não autorizada do senador José Sarney, com presenças do escritor Palmerio Dória e demais convidados. Na ocasião baderneiros pagos compareceram ao evento para tumultuá-lo.

Foi inclusive em virtude desta algazarra toda promovida por uma duzia de rapazes (todos lumpemproletariados e semi-alfabetizados politicamente) que o Magnifico Reitor da Uema, Prof. José Augusto divulgou uma “nota oficial” onde destaca de forma claramente tendenciosa questões politico-partidárias. No texto lia-se: “É inadmissível o uso do espaço da Universidade a qualquer tempo para manifestações politico-partidárias”.

Dois pesos, duas medidas: Note que sequer o supracitado senador era candidato ou mesmo possuía domicilio eleitoral aqui no Maranhão. José Augusto porém nunca se manifestou “oficialmente” com relação a carreata organizada dentro do campus, transformado na ocasião em verdadeiro comitê eleitoral com direito a carros de som, bandeiras, etc.

Os indivíduos diante do poder estatal só podem confiar nas instituições jurídicas se estas estiverem em avançado nível democrático. Pelo visto no Maranhão a enorme relação entre poder politico e poder econômico, gera no curto prazo excrescências como essas e outras, tolhendo a liberdade dos homens e deslegitimando os que agora estão no poder.

9 de junho de 2011

O Maranhão do Sul e CPI do trabalho escravo no MA

Será essa a solução dos nossos problemas? Alguem aí já se perguntou o quanto de receita seria gasto para bancar funcionalismo público, Legislativo e Judiciário próprios, aparato policial civil e militar, etc etc etc.
Teríamos esse dinheiro em caixa? Ou já entraríamos com um enorme deficit a sanar, precisando por vezes, sobretaxar mercadorias, alijar setores estratégicos, privatizar outros, enfim, quais os ónus e os bónus advindos de mudanças dessa natureza.
O debate acerca do Maranhão do Sul vem sendo paulatinamente colocado pela sociedade, em alguns casos, amplificados por setores conservadores. Não obstante verifica-se plenamente a concordância ou anuência de figuras públicas de caráter progressista. Me parece um verdadeiro balaio de gatos.
Senão vejamos: A historia nos ensinou quê por muito tempo fez-se enorme estardalhaço politico o assunto, coincidentemente próximo aos períodos eleitorais. Vamos ver se desta será diferente.

CPI do Trabalho escravo

Tive o grato (e o triste) prazer de trabalhar na condição de pesquisador no Atlas Politico Jurídico acerca do trabalho escravo no Maranhão.
As historias e sagas são dignas de qualquer grande romance
realista. A desumanidade, aliada da ganancia, não possui escrúpulos para nada ou para ninguém. A saída para os trabalhadores rurais e peões do trecho em regime de trabalho degradante perpassa pela bela atuação do Centro de Defesa dos Direitos da Vida de Açailândia, recentemente batizado de “Centro de Defesa Carmem Bascaran”.
Agora, diversas entidades de direitos humanos reividicam legitimamente uma CPI para tratar exclusivamente do trabalho escravo. Uma tarefa hercúlea com certeza, visto que diversos coronéis poderosos e escravocratas possuem suas ramificações pela política. Mas como diz o ditado: “O mesmo risco que corre o pau, corre o machado”. Força companheiros.

5 de junho de 2011

Manifesto por uma Universidade Sul do Maranhão

Publicado originalmente em 11 de novembro de 2009, para ler os comentários click aqui

O presente artigo busca viabilizar através do debate com a população da região sul do Maranhão, em especial a região Tocantina, subsídios teóricos e práticos para articulação de uma nova universidade pública, de caráter federal ou estadual, que possibilite responder aos anseios da sociedade em termos de tecnologia,desenvolvimento e preservação dos recursos naturais, flora e fauna.


Vivemos a chamada “era do conhecimento”. As novas relações econômicas (setor terciário ou de serviços intangíveis) potencializam a importância da tecnologia de informação para o conhecimento de todos os processos produtivos. Nos países desenvolvidos e nas grandes metrópoles esses serviços já superam em larga distância os setores da indústria e da agricultura, antes tradicionais motores da economia. Segundo o renomado economista Ladislau Dowbor, em seu livro “O que acontece com o trabalho?” (2006), essas mudanças na configuração econômica representam uma verdadeira revolução, não mais como “revolução da infra-estrutura”, como a ferrovia ou o telegrafo, ou de maquinas, mas de sistemas de organização do conhecimento, ou seja, é a própria forma de se inovar tecnologicamente que está sendo revolucionada. Essa mudança surge de forma sensivelmente ligada à necessidade de se apresentar novas relações econômicas, de se vencer os desafios ligados à condição do homem na natureza e na sociedade. Que seja capaz de produzir e gerar riqueza de forma sustentável, que apresente um desenvolvimento social e vença os diversos desafios que são impostos pela ciência. Afinal o mundo mudou muito desde a era da Revolução Industrial, não dá mais pra se poluir tanto com outrora, só pra citar um exemplo. Inicio este texto com algumas dessas considerações para ilustrar e sustentar a tese que mais adiante tratarei melhor. Vamos agora a segunda parte da analise, e que servirá também de arcabouço teórico.

Imperatriz representa hoje não apenas a segunda cidade do Estado do Maranhão. Sabe-se claramente que além de um ser um dos principais pólos econômicos do Nordeste, entre os 20 municípios nordestinos com o maior PIB, a cidade possui o diferencial de ter seu mercado alargado a mais de 80 municípios, segundo o historiador Adalberto Franklin, Imperatriz exerceria sua influência direta num raio onde residiria cerca de 1,6 milhões de habitantes. Com 157 anos de emancipação (bem completados agora), a cidade é um grande centro comercial e distribuidor, atacadista e varejista, possuindo um elevado consumo de bens e serviços, onde as pessoas visitam para comprar, vender, tratar-se medicamentosamente, utilizar serviços jurídicos e outros. Não obstante a tudo isso, a cidade sofre com a falta de projetos verdadeiramente ligados com as potencialidades econômicas que lhe compete. Os entraves peculiares são na maioria ligados a falta de uma “intelligentsia”, que perceba a necessidade de demandas para melhor aproveitamento de seu potencial produtivo. Isso por que Imperatriz possui em seu entorno (além de parcerias com as cidades vizinhas) terras agricultáveis de qualidade, um rio fértil e ainda não totalmente poluído, (mas que se encaminha para isso) e principalmente, a vocação comercial e a estrutura necessária para as atividades econômicas semelhantes as grandes metrópoles, como os setores de conhecimento, da tecnologia, do assessoramento, da intermediação e do gerenciamento e comunicação. Ainda segundo Franklin, em seu livro Historia Econômica de Imperatriz:

“A baixa produção agrícola e agroindustrial, porem, é responsável por uma elevada evasão financeira, fazendo com que o comercio local seja essencialmente, um entreposto comercial de mercadorias produzidas em outras regiões [...] O investimento necessário em tecnologia, subsídios e disseminação de conhecimentos, em médio prazo, seriam muito mais baixos que os dispêndios e concessões dados aos grandes empreendimentos que se instalaram no Estado”.

Esses empreendimentos, diga-se, são na maioria de caráter privado de grande porte, de capital e gerenciamento exterior, e se implantam apenas para drenar as riquezas locais e investir os lucros em outras regiões, apresentando-se com caráter desenvolvimentista, mas que na realidade só empobrecem mais a região. Tornando-a um mero apêndice do mercado. Abordarei agora a tese de que mencionei anteriormente, e que de certa forma já foi pincelada no texto. Senão vejamos. Se por um lado, através de projetos que potencializassem a economia local, mudaríamos esse quadro de meros “atravessadores” na economia, por outro com a criação de uma Universidade Estadual/Federal, autônoma, da Região Tocantina, em Imperatriz, teríamos a possibilidade real de fomentar o conhecimento local, que poderia servir de catalisadora dessa intelligentsia capaz de discutir e encontrar alternativas e caminhos que levem a um verdadeiro desenvolvimento social e econômico da comunidade. Permitindo também a melhor capacitação, através de concurso público com a participação e formação de mais doutores e mestres que possibilitaria um retorno científico para o estudo de questões proeminentes e característicos dessa região, do sul do Maranhão e que são proeminentes de todo o Estado, como: as florestas enérgicas, hidrelétricas, assentamentos, questões da produtividade para agricultura familiar, da saúde, do extrativismo, das questões do turismo, da siderurgia e da celulose.

Explico melhor: a região possui uma agenda própria no que diz respeito a varias dessas questões. Os impactos sócio-ambientais dos grandes projetos, do saneamento, os produtores do terceiro setor nos municípios, quer seja pela siderurgia ou pela indústria da celulose, da agricultura de escala, enfim, todos poderiam utilizar da estrutura da Universidade, no sentido mais amplo que este termo possa ser entendido. Alem disso o setor educacional no nível superior, ganharia mais celeridade, já que não dependeria de uma administração fora da região, diminuindo assim a burocracia estatal e de acesso ao ensino superior. Infelizmente UEMA e UFMA não podem ter essa AUTONOMIA devido a sua própria dinâmica interna, que possui seu maior contingente de mestres e doutores em São Luis, alem de centralizar financeiramente os recursos na capital. Precisamos articular os diversos segmentos da sociedade e do poder público e privado em torno desse propósito, criando uma rede de discussões e apresentação da idéia para a totalidade da comunidade. Utilizando os exemplos de Universidades já criadas em outras regiões, e discutindo junto aos parlamentares a viabilidade de uma instituição de ensino superior, que possibilite uma melhor dinâmica de criação de conhecimento para nossa agenda regional e global, que diminua os entraves burocráticos diversos, frutos da falta de uma UNIVERSIDADE de verdade para a região. A proposta de criação de uma UNIVERSIDADE do Sul do Maranhão deverá ser, portanto, pautada para e pela sociedade, através dos setores dos trabalhadores, dos empresários, estudantes, enfim, todo setor produtivo, envolvendo a totalidade dos cidadãos e cidadãs do campo e da cidade, que acreditam no potencial de Imperatriz e Região Tocantina.

4 de junho de 2011

Audiência pública sobre Trabalho Escravo no MA debate impunidade do Agronegócio





Desde a Revolução Francesa aos dias de hoje é que o que chamou-se convenientemente de sociedade civil tem buscado organiza-se para pressionar a sociedade política (Estado e instituições afins) não necessariamente para tomar o poder, mas para proteger e reivindicar direitos que lhe são importantes. Mesmo assim é bastante claro o enorme vão que existe entre defesa/conquista destes direitos humanos, por exemplo, e as ações dos governos.

No caso da famigerada situação de trabalhadores encontrados em condições degradantes nas terras maranhenses, tem se verificado que muito ainda falta avançarmos para erradicar este mal no nosso estado. Inexististência de políticas públicas adequadas para incluírem socialmente trabalhadores (as) além da falta de respeito à cultura dos povos do campo pelo agronegócio formulam uma lógica perversa e violenta.

O mundo atual é marcado por terríveis injustiças. Uma das causas é sem duvida a desigualdade que impera grosso modo via instituições governamentais oligárquicas e atrasadas, que emperram e inviabilizam ações concretas socialmente justas.

É urgente mobilizar a sociedade no combate às causas estruturais da pobreza, transformando esta mesma pobreza, um problema social, numa questão política. Só assim poderemos minimamente melhorar nosso processo civilizatório/democrático e erradicar esse terrível mal.

Mais informações desta audiência pública na Assemblêia Legislativa foram publicados no site do Repórter Brasil. Click aqui e veja.

Ps: Peço desculpas pela minha ausência daqui do blog esta semana, estive viajando a São Paulo, cuidado da vida.

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