29 de outubro de 2009

Carta aos verdadeiros comunistas

O êxito do XIV Congresso Nacional do PCB foi a coroação de uma fase importante da reconstrução revolucionária do Partido, que cria condições para ele se apresentar aos verdadeiros comunistas brasileiros como uma alternativa concreta. Aliás, num gesto inédito, nos debates prévios ao Congresso dialogamos com comunistas amigos do PCB, o que contribuiu para valorizar e qualificar as resoluções adotadas.

Mas o PCB precisa estar à altura da possibilidade que a vida lhe está oferecendo, para colher os frutos do trabalho até agora construído, contribuindo para a unidade comunista, uma necessidade histórica.

Cabe à militância do PCB - reforçada por novos camaradas que chegam e por velhos camaradas que voltam – a responsabilidade de colocar em prática as corretas resoluções que adotamos em 2008, na Conferência de Organização, e agora, em 2009, no XIV Congresso. Para isso, é preciso dedicar-se ao estudo teórico; aprimorar a disciplina consciente, o centralismo democrático e a direção coletiva; inserir-se no movimento de massas e praticar o internacionalismo proletário.

O Partido tem que estar preparado para enfrentar o capital, em qualquer circunstância. Quem determina a hora e a forma na luta de classes não somos nós unilateralmente, mas a correlação de forças e a conjuntura. Não podemos nos comportar como um destacamento de plantão esperando o momento revolucionário. A revolução é um processo complexo e o capitalismo não vai cair de podre. Podemos e devemos incidir para antecipar a emancipação da classe trabalhadora.

O Partido deve funcionar como um sistema de organizações que articulem e potencializem uma férrea unidade de ação, nas pequenas e grandes lutas e tarefas.

O PCB não pode se julgar o dono da verdade e muito menos o Partido vocacionado para dirigir o processo revolucionário. Há muita vida inteligente e revolucionária fora das nossas fronteiras; há uma rica e complexa teia de organizações políticas e sociais com tendência ou caráter revolucionário que precisa ser articulada numa frente contra o capital. A revolução brasileira será obra coletiva de um amplo conjunto de forças antagônicas à ordem burguesa e, sobretudo, da ação das massas proletárias e de seus aliados.

Para se tornar um estuário e crescer com qualidade e eficiência, o PCB terá que estimular o diálogo com os comunistas brasileiros, grande parte dos quais pulverizados como consequência de uma verdadeira diáspora, provocada por um conjunto de fatores, entre os quais se destacam erros teóricos que o PCB cometeu dos anos 60 ao início dos anos 90, sobretudo a ilusão de uma revolução democrático-burguesa, fonte de várias cisões no período, a maioria delas, a bem da verdade, pela esquerda.

O PCB tem que estar de coração e braços abertos para receber todos aqueles que, confiando nas mudanças recentes que promovemos no Partido, venham a se somar ao esforço da reconstrução revolucionária.

Quem sabe, em breve, seremos mais vozes a gritar: É força, ação, aqui é o partidão!

Ivan Pinheiro é secretário geral do PCB (Partido Comunista Brasileiro)

27 de outubro de 2009

Balanço geral da II Conferência Municipal de Cultura

Cansativo, mas necessário! Essa é foi a principal resposta quando se perguntava aos conferencistas sobre este evento de suma importância para nossa classe artística. A despeito de todos os debates ocorridos na plenária final, deve-se ressaltar o caráter maduro com que a comissão organizadora buscou conduzir o processo.
Estavam ali vários segmentos artísticos - Música, Teatro, Literatura, Artes Visuais, Carnavalescos, Artes Plásticas. O caldeirão proporcionou a pluralidade de idéias, sem prejuízo para que vários aspectos de cosmovisões fossem aproveitados e não excluídos. A cultura popular pôde se manifestar e teve voz e vez. Infelizmente, ficaram rendidas as artimanhas da retórica e do discurso de quem já é velho de guerra em plenárias, manipulou-se por vezes até a própria mesa condutora dos trabalhos.
Ressalte-se aqui também o excelente debate feito do lado de fora, por entusiastas do discurso anarquista, populares e demais artistas, que se mostravam atentos, criticando oportunistas de plantão e velhas raposas dos processos culturais de nossa cidade.
Conclusões: Conselho de Cultura esboçado, delegados a etapa estadual tirados e a certeza de que a luta não acabou. A democracia perpassa não apenas aos limites do discurso, ela também se estabelece nas ações descentralizadoras e geradoras, que proporcionam realmente estrutura a todos que desejam produzir, criar, inovar, para que a sociedade não seja apenas aquela da competitividade, da crise e da desesperança.
Devemos caminhar para a ruptura de que a idéia de produção cultural seja apenas privilégio de uma pequena parcela e que o seu comprometimento histórico não se articule apenas com as necessidades ideológicas de “iluminados” ou da burguesia, que se reivindicam únicos aptos a estarem intelectualmente produzindo cultura.
Relembramos como exemplo a concepção da Antiguidade Grega, segundo a qual as manifestações culturais se encontram numa esfera separada, que transcende o âmbito da reprodução da vida e que divide a sociedade entre uma esmagadora maioria que deve realizar o trabalho físico e os poucos escolhidos que têm o ócio (em grego: Skolé, de onde veio a palavra latina schola) para se dedicar às coisas do espírito; ao verdadeiro ao bem e ao belo. Nesse período da história, o próprio discurso das classes dominantes não esconde a concepção de que existem, por um lado, pessoas inferiores, às quais cabe a dura labuta física e, por outro lado, seres humanos superiores – responsáveis pelas atividades intelectuais que propriamente engrandecem a humanidade.
Voltando ao nosso tempo e ao nosso lugar, caberá a partir de agora que a Fundação Cultural lidere o processo de democratização das condições materiais de produção da cultura, que os gestores se reúnam com a classe artística e que deixemos que os artistas façam sua parte: criar, tornar o mundo mais belo, humano, para todos sem exceção.

23 de outubro de 2009

Testamento de um mártir: Caso do Padre Jósimo é prescrito pela justiça

Um dos grandes fatos na Historia de Imperatriz, que culminaram inclusive na fama que a cidade teve nos anos 80 de capital da pistolagem, foi o assassinato do Padre Jósimo Tavares, executado nas escadarias do prédio onde funcionava a CPT (Comissão Pastoral da Terra), ali pertinho da Praça de Fátima.
O crime chocou a opinião publica nacional principalmente por que na época a própria Igreja Católica sabia que Jósimo vinha sendo jurado de morte. Seu trabalho junto aos camponeses do Bico do Papagaio, região norte do hoje atual Tocantins, e zona de violentos conflitos pela posse da terra e de grilagem institucional, incomodava os fazendeiros latifundiários e especuladores da terra. Gente poderosa e que tinham por vezes homens da lei a seu favor. Depois de investigações da policia foram autuados como mandantes do crime: JOÃO BATISTA DE CASTRO NETO, PEDRO VILARINO FERREIRA, este morto em 2006, irmão de José Helvécio Vilarino, também envolvido. Passados 28 anos do bárbaro crime eis que ontem a juíza da Primeira Vara Criminal, Cristiana Ferraz, declarou o caso “prescrito” pela justiça, ou em outras palavras: já era o processo vai ficar por isso mesmo. PRAÇA DA CULTURA traz com exclusividade um texto deixado por Jósimo dias antes de morrer e endereçada a seus companheiros da Igreja:
"Tenho que assumir.
Estou empenhado na luta pela causa dos lavradores indefesos,
povo oprimido nas garras do latifúndio.

Se eu me calar, quem os defenderá?

Quem lutará em seu favor?

Eu, pelo menos, nada tenho a perder.

Não tenho mulher, filhos, riqueza...

Só tenho pena de uma coisa: de minha mãe, que só tem a mim

e ninguém mais por ela.

Pobre.

Viúva.

Mas vocês ficam aí e cuidam dela.

Nem o medo me detém.

É hora de assumir.

Morro por uma causa justa.

Agora, quero que vocês entendam o seguinte:

tudo isso que está acontecendo é uma conseqüência lógica do meu trabalho na luta e defesa dos pobres, em prol do Evangelho, que me levou a assumir essa luta até as últimas conseqüências.

A minha vida nada vale em vista da morte de tantos lavradores assassinados, violentados, despejados de suas terras, deixando mulheres e filhos abandonados, sem carinho, sem pão e sem lar".

Pe. Jósimo Tavares

Fica a pergunta: o que a Igreja pretende fazer em relação a isso? Deixar quieto?

22 de outubro de 2009

Estudantes de Enfermagem paralisam o campus da UFMA em Imperatriz

Que o descaso com o curso de Enfermagem, por parte das ditas autoridades da UFMA é grande, isso todo já sabe. Agora a coisa parece que vai pipocar de vez, a situação chegou ao ponto que os estudantes falam de fechar a BR-010, no trecho próximo a Ponte do Cacau.
Lideranças do movimento me procuraram ontem e pediram ajuda nas hora da manifestação. Foi pedida a ajuda também do DCE da UEMA, entidade a qual não faço mais parte de direito, mas que carrego no coração ainda.
Prontamente disse-lhes que ajudaria no que fosse possível. Acerca de dois anos fizemos uma ocupação juntos nessa mesma UFMA, por conta das péssimas condições em que se encontrava.Conseguimos algumas vitorias gerais, mas o curso de enfermagem ficou na promessa.

Hoje a situação parece estar sendo a mesma e com um agravante a mais, pois pelo visto o curso de Enfermagem não conseguiu unificar os demais cursos como antes. No então o movimento começou a pouco, vamos ver o que vai dar...

16 de outubro de 2009

PSOL é a disputa eleitoral em 2010

O PSOL hoje em dia possui ampla discussão em todos os municípios que atua. São cerca de 23 ( vinte três) cidades, em que os pré-diretorios se estabelecem. No entanto temos cometido erros graves em relação ao nosso entendimento de como atuar nos processos eleitorais. Para que não corramos o risco de sermos eternamente folclorizados ou mesmo nos fecharmos em um gueto, tal qual uma seita, é extremamente importante nos inserir dentro do debate político, de forma séria e madura. Sempre pautando nossa leitura classista, e em busca de outro mundo possível, portanto sem repetir os mesmo erros históricos da esquerda, mas, se possível “cometermos outros”.
Fica claro que estamos perdendo tempo em não definir imediatamente o nome que poderia estar pleiteando ao cargo de governo do Estado. Isso porque vários grupos políticos já estão costurando suas candidaturas há muito tempo (reunindo pessoas, mapeando militância etc.) Não é o nosso caso, no geral temos mais boa vontade em estar participando ativamente dos movimentos sociais, o que não deixa de ser bom, porém se estamos nos propondo a participar do processo eleitoral de forma madura e interessante, é salutar já termos construindo pelo menos um debate em torno da questão.
Em nossa leitura, do Diretório Municipal de Imperatriz, temos dois nomes proeminentes que poderiam já estar discutindo a melhor estratégia eleitoral, ambos graças a uma contundente inserção dentro da luta real.
O companheiro Nonnato Masson, Advogado do Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Açailândia, um das entidades mais conhecidas do país e do mundo no que diz respeito ao combate ao trabalho escravo na região da Pré-Amazônia, com ampla inserção dentro do MST e dos demais movimentos camponeses de nosso Estado, atuando junto aos atingidos por barragens, ribeirinhos e quilombolas, foi candidato a vice-governador na eleição passada pelo PSOL, atualmente exerce a função Executiva Estadual dentro do partido de Secretário das Cidades. E temos o do companheiro Saulo Arcanjeli, que iniciou sua militância no movimento estudantil, sendo um dos coordenadores do DCE/UFMA. Formado na própria UFMA, no curso de Ciência da Computação, em 1996. Ingressou no Ministério Público da União em 1998, no cargo de Analista de Informática. É Professor da UEMA desde 2001. Tem hoje sua militância política no movimento sindical do Judiciário Federal e MPU, na CONLUTAS (Coordenação Nacional de Lutas) Coordenador- Geral do SINTRAJUFE/MA (Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal e MPU no Maranhão) e Coordenador da FENAJUFE (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e MPU). Faz parte da Executiva Nacional da CONLUTAS, composta por 21 membros de todo território nacional e foi um dos fundadores do PSOL, sendo o primeiro presidente estadual do partido e hoje exercendo a presidência do Diretório Municipal de São Luís.
Aos companheiros do PSTU e do PCB, entendemos que sua participação conosco neste processo eleitoral é de suma importância, e convocamos pra que juntos encapemos as fileiras em busca de um Maranhão justo e socialista. Não só o Maranhão, mas o Brasil e o mundo.

12 de outubro de 2009

[MST-Cutrale] As laranjas e o show

Por: Gilmar Mauro[1]



Na região de Capivari, interior de São Paulo, quando alguém exagera, tem uma expressão que diz: "Pare de Show!"

É patético ver alguns senadores(as) , deputados(as) e outros tantos "ilustres" se revezarem nos microfones em defesa das laranjas da Cutrale. Muitos destes, possivelmente, já foram beneficiados com os "sucos" da empresa para suas campanhas, ou estão de olho para obter "vitaminas" no próximo pleito. Mas nenhum deles levantou uma folha para denunciar o grande grilo do complexo Monções. As laranjas, e não poderia ser planta melhor, são a tentativa de justificar o grilo da Cutrale e de outras empresas daquela região. Passar por cima das laranjas é passar por cima do grilo e da corrupção que mantém esta situação há tanto tempo.

Não é a primeira vez que ocupamos este latifúndio. Eu mesmo ajudei a fazer a primeira ocupação na região, em 1995, para denunciar o grilo e pedir ao Estado providências na arrecadação das terras para a Reforma Agrária. Passados quase 10 anos, algumas áreas foram arrecadadas e hoje são assentamentos, mas a maioria das terras continua sob o domínio de grandes grupos econômicos. E mais, a Cutrale instalou-se lá há 4 ou 5 anos, sabendo que as terras eram griladas e, portanto, com claro interesse na regularização das terras a seu favor. Para tanto, plantou laranjas! Aliás, parece ter plantado um laranjal em parte do Congresso Nacional e nos meios de comunicação. O que não é nenhuma novidade!
Durante a nossa marcha Campinas-São Paulo, realizada em agosto, um acidente provocou a morte da companheira Maria Cícera, uma senhora que estava acampada há 9 anos lutando para ter o seu pedaço de terra e morreu sem tê-la. Esta senhora estava acampada na região do grilo, mas nenhum dos ilustres defensores das laranjas pediu a palavra para denunciar a situação. Nenhum dos ilustres fez críticas para denunciar a inoperância do Executivo ou Judiciário, em arrecadar as terras que são da União para resolver o problema da Dona Cícera e das centenas de famílias que lutam por um pedaço de terra naquela região, e das outras milhares de pessoas no país.
Poucos no Congresso Nacional levantam a voz para garantir que sejam aplicadas as leis da Constituição que falam da Função Social da Terra:
a) Produzir na terra;

b) Respeitar a legislação ambiental e

c) Respeitar a legislação trabalhista.


Não preciso delongas para dizer que a Constituição de 1988 não foi cumprida. E muitos falam de Estado Democrático de Direito! Para quem? Com certeza estes vêem o artigo que defende a propriedade a qualquer custo. Este Estado Democrático de Direito para alguns poucos é o Estado mantenedor da propriedade, da concentração de terras e riquezas, de repressão e criminalização para os movimentos sociais e para a maioria do povo.
Para aqueles que se sustentam na/da "pequena política", com microfones disponíveis em rede nacional, e acreditam que a história terminou, de fato, encontram nestes episódios a matéria prima para o gozo pessoal e, com isso, só explicitam a sua pobreza subjetiva. E para eles, é certo, a história terminou. Mas para a grande maioria, que acredita que a história continua, que o melhor da história sequer começou, fazem da sua luta cotidiana espaço de debate e construção de uma sociedade mais justa. Acreditam ser possível dar função social à terra e a todos os recursos produzidos pela sociedade. Lutam para termos uma agricultura que produza alimentos saudáveis em benefício dos seres humanos sem devastação ambiental. Querem e, com certeza, terão um mundo que planeje, sob outros paradigmas que não os do lucro e da mercadoria, a utilização das terras e dos recursos naturais para que as futuras gerações possam, melhor do que hoje, viver em harmonia com o meio ambiente e sem os graves problemas sociais.
A grande política exige grandes homens e mulheres, não os diminutos políticos - não no sentido do porte físico - da atualidade; a grande política exige grandes projetos e uma subjetividade rica - não no sentido material - que permita planejar o futuro plantando as sementes aqui e agora. Por mais otimista que sejamos, é pouco provável visualizar que "laranjas" possam fazer isso. Aliás, é nas crises, é nos conflitos que se diferencia homens de ratos, ou, laranjas de homens.


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[1] Integrante da coordenação nacional do MST.

8 de outubro de 2009

Cultura e desenvolvimento sustentável

Ao me convidarem a discorrer sobre um assunto tão amplo em apenas uma lauda (só o tema cultura já o seria, imagina acompanhado do eixo desenvolvimento sustentável) não conseguia tirar da cabeça em se tratando de Imperatriz, nossa carente falta de projetos que viabilizem a inclusão social de largas parcelas da população urbana á cidadania. Trata-se aqui de socializar a condição de cidadão. De criar as condições culturais para que a população menos integrada socialmente viva a cidadania e tenha acesso ao conjunto de direitos da mesma.

Isso não só minha opinião, mas para diversos organismos e entidades ao redor do planeta e (até alguns governos), o direito á cidadania através, por exemplo, da criação de novos espaços públicos surgidos nos processos de urbanização, é apenas o inicio para uma justa redistribuição dos recursos públicos implicando numa adequada repartição da receita as políticas sociais e culturais, zelando assim pelo interesse das pessoas menos favorecidas e vulneráveis. Diria que dentro deste debate estaria inserida a parte decisiva da questão dos Direitos Humanos.

Ás autoridades locais, portanto, cabe a partir de suas ações de governo, assumir o compromisso de desenvolver programas que tendam a criação de novas fontes de emprego e incentivando formas de lazer e ocupação nesta era de mercados, crise e globalização. Diria mais, estaria aqui o DNA da cura para o problema da violência nas cidades. Imperatriz com certeza poderia ser pioneira nesta mudança.

Quais seriam esses programas? Infinitos, eu poderia citar vários, mas receio que o espaço aqui não permita. Fica para outro anexo. Isso se chama projetos de Políticas Publicas Sociais e Culturais.

Com essas Políticas Publicas sociais e culturais, Imperatriz avançaria em torno de um desenvolvimento que além de satisfazer as necessidades da geração atual, não comprometeria em nada as gerações futuras. Ora teríamos na verdade semeado uma nova cidade, constitutiva de plenas realizações de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural.

Vamos á um exemplo prático: Bairro de Vila Cafeteira, onde atualmente leciono na Escola Santa Tereza D’avilla. Periferia de Imperatriz, bairro com altos índices de criminalidade e marginalidade juvenil, é uma comunidade que não possui uma praça, uma espaço (galpão, terreno, teatro, salão etc) qualquer para nada. Na Escola não tem sequer biblioteca ou arborização.

Já que o tema desta Conferência de Cultura é a diversidade, nada mais justo do que reconhecer a diversidade cultural da Vila Cafeteira e a partir dela, elaborar para aquela comunidade: Espaço cultural, com grupos e oficinas dispostos a trabalharem nas varias áreas artísticas, imediatamente, e com o apoio direto da escola. Capacitação de gente interessada de lá mesmo pra isso.

Lembrei-me de uma coisa: A diversidade cultural é um dos eixos do assim chamado Desenvolvimento Sustentável. O respeito ao multiculturalismo e a biodiversidade também passa pelo reconhecimento de outras formas sociais e culturais. São conceitos e idéias que a Antropologia já reconhece plenamente e que foram de certa forma ao longo da história deixadas de lado pela lógica dominante do Etnocentrismo. Algo bem parecido com que querem fazer hoje em dia os filósofos da Globalização. Dizendo-nos que são assim mesmo as coisas, e que o mercado é que deve guiar nossas expectativas de vida, abrindo espaço para a competitividade e etc. Digo que não. Essa lógica só gera exclusão. Temos que desenvolver políticas de coesão social e de proteção aos direitos e liberdades de todos. Não pelo lucro, mas pelo o humano.

4 de outubro de 2009

Estado de saúde de Mercedes Sosa se agrava, diz jornal

Boletim médico divulgado na tarde deste sábado (3) afirma que o estado de saúde de Mercedes Sosa se agravou, informa o jornal “Clarín”. De acordo com a reportagem, a cantora argentina permanece em coma e suas funções orgânicas estão ainda mais deterioradas. Ela respira com a ajuda de aparelhos.

Sosa, de 74 anos, é uma das intérpretes mais conhecidas da música regional latino-americana e a mais famosa artista argentina depois de Carlos Gardel e Astor Piazzolla.

Ela foi internada semanas atrás depois de sofrer uma complicação renal, mas seu estado piorou nos últimos dias por causa de uma falha cardiorrespiratória. A artista está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas seu prognóstico é reservado.

Na sexta-feira (2), um sacerdote que a visitou para lhe ministrar o sacramento da extrema unção no hospital de Buenos Aires onde ela está internada. O padre católico Luis Farinello disse que a cantora recebeu a unção dada aos doentes que é administrada normalmente a pessoas que estão na iminência de morrer, em cumprimento a um pedido da família e da própria Sosa. "Esperamos um milagre", afirmou o religioso.

O estado de saúde de Sosa era acompanhado por numerosos artistas, incluindo alguns que a visitaram no hospital, e por fãs, que encheram de mensagens o site oficial da cantora na Internet. Ela segue no hospital acompanhada pela família e a expectativa é que receba mais visitas nesta tarde.

"São instantes de oração. Isto tem a ver com uma situação de vida em que ela viveu plenamente seus 74 anos, fez praticamente tudo o que quis, viveu uma vida muito plena", disse na quinta-feira a jornalistas Fabián Matus, o único filho da cantora. "Mercedes sempre foi um símbolo de liberdade", acrescentou.


'La Negra'
Sosa, apelidada carinhosamente de "La Negra", por causa da cor de sua pele, ficou fora de cena por algum tempo anos atrás por um problema de saúde, mas retornou em 2005.

Neste ano, ela lançou um disco em dois volumes denominado "Cantora", em que canta em parceria com artistas como Joan Manuel Serrat, Caetano Veloso e Shakira, razão pela qual está indicada a três prêmios Grammy Latino.
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