15 de março de 2008

CESTE- ESTREITO: PRODUZINDO ENERGIA E DESTRUINDO A VIDA.

Manhã chuvosa numa quarta feira em Imperatriz, estou indo a Estreito com mais alguns colegas da Uema, nosso trabalho será levantar informações acerca da UHE que esta sendo construída lá e colher informações sobre uma manifestação organizada pelo MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), onde participam diversas famílias de ribeirinhos dos municípios de Arguianopolis, Estreito, Carolina, Babaçulandia, Filadélfia, Darcinopolis, Barra do Ouro, Palmerantes e tambem é aguardada a presença de diversas comunidades indígenas, entre elas : Krahô, Krikati, Apinajé e Gavião
A Usina Hidrelétrica de Estreito que está sendo construída no Rio Tocantins tem como responsáveis as multinacionais: Tractebel, Vale, Camargo Correa e Alcoa Alumínio, e, ao que parece vem desrespeitando a população impactada, desvalorizando a vida e os bens materiais de diversas pessoas, oferecendo migalhas pelas terras e casas das famílias alem de estar desconhecendo os direitos dos povos indígenas a soberania territorial e a subsistência alimentar, cultural e étnica .
Os estudos que já foram feitas sobre o tema de fato já comprovavam o prejuízo para diversos camponeses, trabalhadores agregados, barqueiros e barraqueiros ao longo de todo o Rio Tocantins. No entanto há uma nítida falta de sensibilidade do consorcio responsável que não aparece sequer para negociar uma saída pacifica com os manifestantes que se encontram acampados na porta do canteiro de obras.
Ficamos la o dia todo e pude comprovar os sérios danos que estão sendo desencadeados inclusive na própria cidade de Estreito, lugar onde a população diz ter sido enganada e onde inclusive o poder publico vem processando o consorcio das empresas responsáveis por sonegar impostos. Andando pela cidade pudemos constatar que as promessas de desenvolvimento mais uma vez se mostraram falsas e o esperado tempo de mudanças só ocorreu pra quem veio de fora trabalhar na construção da obra. Infelizmente tudo isso à custa da deterioração da natureza.
Anoitece e voltamos no acampamento. A policia militar faz seu belo papel de cão de guarda do patrimônio privado e permanece de prontidão na guarita que da aceso ao canteiro de obras. O clima é de tensão, por incrível que pareça a justiça ( leia-se local) expede uma tal de "manutenção de posse". o que em tese poderá causar uma ação mais direta da policia.
Finalmente os índios chegam junto com eles agentes da policia federal e os advogados do movimento com uma ação anulando ate terça feira, dia 18 de março, a tal manutenção de posse.
Os manifestantes querem a criação imediata de um Fórum de negociação coordenado pelo IBAMA, com a participação do MPF, MPE, CESTE (consorcio responsável) e famílias atingidas alem de representantes indígenas.
Por hora o consorcio CESTE se nega a conversar, fator esse que poderá trazer mais ainda complicações para todos.

9 de março de 2008

MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA OCUPA CARVOARIA INDUSTRIAL DA VALE.


Nota a imprensa

A ocupação da carvoaria industrial da Vale do Rio Doce foi uma ação política realizada por mulheres camponesas e urbanas de várias entidades.

Foi um ato de protesto em favor das famílias do Assentamento Califórnia que vem sofrendo com a fumaça expedida pela queima do eucalipto naquela carvoaria.

A indústria tem 3 (três) anos de atividade, foi instalada a cerca de 800 metros da agrovila do Assentamento onde vivem mais de 1800 pessoas. Tem em suas instalações 74 fornos industriais com capacidade cada um de produzir 160m³ de carvão, cada forno industrial tem capacidade de produzir 30 vezes mais que um forno de uma carvoaria comum.

O assentamento existe ali há 12 anos. A Comunidade no decorrer desses três anos, por diversas vezes, encaminhou denuncias contra a carvoaria ao IBAMA, Ministério Público Estadual e Federal, à Vigilância Ambiental, Secretarias Municipais de Saúde e de Meio Ambiente. Representantes do assentamento estiveram varias vezes em audiências com representantes destes órgãos cobrando providencias, chegando inclusive a convidar estes para duas assembléias no assentamento e não apareceram.

As denuncias dão conta de vários problemas de saúde.Vários assentados encontram-se hoje com problemas respiratórios, alguns estão até com pneumonia, há casos de irritação nos olhos e outros problemas de vista e de pele, casos que atingem principalmente as crianças e os idosos, além do incomodo diário de todos os assentados em conviver com a fumaça.

Com este ato as trabalhadoras denunciam a empresa à sociedade, pedem aos poderes públicos constituídos que se pronunciem com urgência acerca das denúncias que lhes foram feitas sobre a agressão ambiental e a saúde pública causada pela Carvoaria da Vale, que põem em risco a saúde das famílias que lá vivem e trabalham.


Mais informações:

Setor de Comunicação do MST
Reynaldo Costa: 99 8802 9968

8 de março de 2008

Israel e o grande erro.















A trajetória da raça humana contem erros por assim dizer “históricos, não muito raro olhamos com certo desdém para a vida que levavam nossos avós, que viviam de uma forma muito “errada”, e surgem perguntas como? “Por que eles escravizavam as pessoas? ou "Por que não podíamos anteriormente dizer ser a terra redonda”.

Mas se errar é humano, permanecer no erro é tolice. Então pela lógica estamos avançando pra uma nova era de perspectivas, onde a valorização do ser humano e o padrão de vida serão melhorados, certo?

Errado, toda a compreensão de racionalidade do homem ainda não está sendo capaz de obter melhorias para o próprio homem. O planeta mostra sintomas de uma febre que pode ser terminal, a valorização da riqueza imposta por meio de bens matérias é que define quanto vale uma vida. 

E surge dessa constatação o fato de que tanto faz mais uma criança palestina morrer ou não, afinal morrem tantas todo dia.

Custa-me entender como Israel pode ser tão truculento e tão bárbaro nas suas ações na Faixa de Gaza, matando milhares de inocentes, usando crianças como tiro ao alvo, explodindo prédios de brigada hospitalar, estuprando por vezes e matando em tantas outras. 

Israel se esqueceu de como fora tratado na época em que o nazismo estava em pleno vigor e do que os prórios relatos bíblicos dizem: «Não afligirás o estrangeiro nem o oprimido, pois vós mesmos fostes estrangeiros no país do Egito. Não afligirás a nenhuma viúva ou órfão. Se o afligires e ele clamar a mim escutarei o seu clamor; minha ira se acenderá e vos farei perecer pela espada: vossas mulheres ficarão viúvas e vossos filhos, órfãos. Se emprestares dinheiro a um compatriota, ao indigente que está em teu meio, não agirás com ele como credor que impõe juros. Se tomares o manto do teu próximo em penhor, tu lho restituirás antes do pôr-do-sol. Porque é com ele que se cobre, é a veste do seu corpo em que se deitaria? Se clamar a mim, eu o ouvirei, porque sou compassivo.». (Ex. 22,20-26).

Me emociono com textos tão belos e fico imaginando de que forma não deve estar a cabeça de qualquer jovem israelense que, assim como eu, cresceu lendo estes textos e que agora tem que fazer o contrário em nome de um erro desumano de seus governantes dementes, que maquiados pela legitimidade de governar financiam via governo estadunidense a barbárie. 

Pobres são estes jovens israelenses que persistem num erro histórico. Mais um de tantos que irão entrar na trajetória da humanidade como a Historia do Genocídio.

E mais pobres ainda são os jovens palestinos que terão de se sacrificar como homens bombas, pois não terão como responder há não ser oferecendo suas próprias vidas, que por hora não valem nada para o governo israelense.

3 de março de 2008

Conjuntura na América Latina e as FARC


A eleição de governos populares em diversos países da América Latina, não conseguiu ainda superar os problemas reais da população. Há uma tendência a aumentar as crises e turbilhões sociais, em diversos países. Ou seja, há resistências a políticas neoliberais, mas as novas forças que ascederam aos governos não conseguiram construir força popular em torno de um novo projeto que reoganizase a sociedade e distribuísse melhor saúde, educação e riqueza. Afinal, o neoliberalismo como força do capital, continua na ofensiva e isso traz muito complicadores para projetos a nível nacional e continental sul americano.
Segue em curso a re-divisão internacional da produção e do trabalho que reserva a produção mais tecnificada, maior produtividade do trabalho no norte, desloca para a Ásia a produção que exige mais mão-de-obra barata, e transforma a América Latina e África em meros exportadores de matérias primas agrícolas e minerais.
O governo venezuelano de Hugo Chavez da um enorme passo a frente em romper com a hegemonia do capital financeiro internacional sobre a economia e política em seu país criando projetos de desenvolvimento autônomo e negando totalmente o mero papel de mera colônia européia-estadunidense. Já a política externa brasileira retoma a aliança com os Estados Unidos, no caso do Etanol e com as ditas “bandeiras do livre comercio” e com isso se multiplicam os sinais diários da barbárie social crescente, com ações repressivas do Estado aos movimentos sociais ,bem como o comportamento individual da população, na base do “salve-se quem puder.”
Os meios de comunicação totalmente controlados pela direita conservadora ideológica, ainda que separadas dos interesses do grande capital que está ganhando muito dinheiro, assume o papel do zelador ideológico e do serviço sujo, contra quaisquer manifestações contrarias a esse projeto entreguista e covarde das elites. Daí a forma como atacam diariamente o processo de mudança na Venezuela.
Surge em meados do ano 2000 o plano - Colômbia, criado justamente pelo governo norte americano e que dizia ter como metas principais o combate ao narcotráfico e o desetruturamento das guerrilhas de esquerda, como as FARC, no entanto fica comprovado que na verdade os Estados Unidos buscavam salvaguardar os interesses das corporações norte-americanas no petroleo da região. O resultado disso tudo na Colombia: os indicadores da macro economia continuam estaveis ( as grandes empresas multinacionais continuam com elevadas taxas de lucro; o capital mantem sua pressão sobre a politica economica para que estas estejam de acordo com seus interesses e sob seu controle) em detrimento de beneficios para a ampla população mais pobre, aumentando indices de violencia e desigualdades socias cada vez mais aberrantes.
As Forças Armadas Revolucionarias Colombianas (FARC), uma organização político-militar marxista-leninista de inspiração bolivariana busca representar a população rural contra as classes dominantes abastadas de seu país e se opõe à logica colonialista neoliberal dos Estados Unidos na Colômbia (particularmente o Plano Colombia) bem como expropriação de recursos naturais e avanço de corporações multinacionais.Infelizemente por vezes tendo que usar de violencia, as FARC ficaram mais famosas devido os sucessivos sequestros que organizaram em seu país, so nos ultimos anos foram cerca de oitocentos.Mas de fato, quais as causas de tantos conflitos? Será que as FARC existem simplemente pela rebeldia de uma bando de terroristas que “querem acabar” com a democracia em seu país? Nas palavras de G. Bourdakan(CarosAmigos): “enquanto houver um explorado e oprimido nao haverá paz”.
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